Pelos caminhos da História

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Ter, 14/03/2006 - 15:03


Num domingo já com cheiro a suave Primavera, a Azimute reuniu 33 pessoas, jovens e menos jovens, que rumaram, em autocarro até Vimioso, com o propósito de aí realizarem dois percursos pedestres distintos.

Durante a manhã fez-se parte da “Rota do Contrabando”, caminhos tantas vezes
percorridos pelo Sr. Zé e pelo Sr. Zé Maria, com pesados sacos cheios de produtos
contrabandeados.
Estes aldeões, a convite da Azimute, aceitaram o desafio de calcorrear, uma vez mais,
parte da “Rota do Contrabando” entre Avelanoso (Vimioso) e Santa Ana (já em Espanha) numa extensão de 5 quilómetros. Desta feita carregaram sacos cheios de histórias que foram desfiando à medida que o percurso se foi fazendo, deliciando, deste modo, todos os caminhantes que os escutavam.
Terminado o percurso, é hora de forrar o estômago com um delicioso cozido à portuguesa.
Ainda o café não estava bebido e chegava a hora de nova caminhada, agora para iniciar a
“Rota dos Judeus”, entre Pinelo e Argoselo, numa extensão de sete íngremes quilómetros.
Este percurso contou com a colaboração do director do Museu Abade de Baçal, Neto Jacob, que além de guia, deu pequenas lições sobre aquilo que foi a vida dos judeus.
O percurso, com uma dureza e agressividade elevada - talvez como a vida dos judeus que outrora pisaram aqueles caminhos para fomentar o seu comércio - teve, no entanto, grandes e encantadoras compensações. Ao longo do caminho, o Rio Maçãs fazia companhia e entoava reconfortantes melodias. O pastor, na inevitável companhia do seu rebanho, cruzava nos seus caminhos as deslumbrantes paisagens e as gentes, que os saúdam e deixam no ar o convite a voltar. A voltar, porque não!