Património sem fronteiras

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Ter, 21/11/2006 - 10:16


A criação de roteiros turísticos que englobem Bragança e Zamora, na vizinha Espanha, são um passo fundamental para a valorização do património dos dois lados da fronteira.

Esta posição foi defendida pelo presidente do Centro de Estudos da População, Economia e Sociedade (CEPESE), Fernando de Sousa, na passada quarta-feira, em Bragança, durante a apresentação do II Seminário subordinado ao tema “O património Cultural da região de Bragança/Zamora.
Este evento, de âmbito internacional, vai decorrer na próxima quinta e sexta- feira, no Arquivo Distrital de Bragança.
Durante dois dias, investigadores e professores universitários dos dois países vão abordar as problemáticas que se prendem com o património histórico-cultural, entre as quais a valorização e divulgação da história transfronteiriça como factor de riqueza e de desenvolvimento.
Entre os diferentes painéis em discussão destacam-se a ligação do património com a população residente e com os meios de comunicação, a sua valorização, bem como a política transfronteiriça de defesa desta riqueza.

“Centros históricos de Bragança e Zamora devem ser candidatados a Património Mundial”

A par do II Seminário Internacional, inserido no âmbito do programa INTERREG, a segunda fase do projecto Douro/Duero Virtual também contempla o enriquecimento, a nível arquitectónico e documental, do portal www.dourovirtual.com.
Este site pretende divulgar museus, arquivos, casas de cultura e bibliotecas das regiões de Bragança e Zamora. Além disso, também vai reunir a caracterização de sítios arqueológicos ou paisagísticos importantes, centros históricos de relevo e conjuntos monumentais, bem como arquivos locais e eclesiásticos.
Na óptica de Fernando de Sousa, quem visita Bragança deveria passar por Zamora, dadas as semelhanças do património das duas cidades.
“Bragança é uma cidade monumental e aproxima-se muito de Zamora. Por isso, devia-se trabalhar no sentido de desenvolver estudos para candidatar os centros históricos das duas cidades a Património Mundial”, acrescentou o presidente do CEPESE.
O responsável afirma, ainda, que, após estabelecida a estratégia, cabe às entidades locais, regionais e ao próprio Governo, pôr em prática as diversas actividades.
“Muitas das iniciativas podem vir a ser financiadas por fundos comunitários”, concluiu Fernando de Sousa.