Passado glorioso e presente desolador

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Ter, 24/01/2006 - 15:03


Quando se entra na antiga Casa da Rainha assalta-nos um cenário desolador. Um carro abandonado logo à entrada, o telhado e estrado quase no chão, as silvas que se apoderaram das paredes e um sem número de gatos são alguns dos cartões de visita.
A antiga capela perdeu parte das peças que a embelezavam, ao passo que a pia baptismal foi levada sem que alguém se apercebesse disso. Em seu lugar ficou, apenas, um rombo na parede, a juntar a tantos outros que invadiram a habitação.
Houve tempos, no entanto, em que a Casa da Rainha era um símbolo da freguesia, pois esta morada já pertenceu, segundo Irene Borges, “a uma família muito abastada, os Barrosos, pelo que algumas pessoas ainda a conhecem como a “Casa dos Barrosos”, explicou esta habitante de Abambres.
A atendendo ao seu valor simbólico, são muitas as histórias relacionadas com a Casa da Rainha. Bernardete Baía, uma outra popular, relata que “os acusados de pequenos delitos que conseguissem agarrar as argolas que estão na entrada da propriedade já não iam a julgamento”.
José Madureira, igualmente natural de Abambres, narra outra situação. “Vinha um padre de fora dar missa na capela da casa. A população ficava lá dentro ou na rua e os proprietários assistiam à eucaristia através de uma varandinha que dá para o templo”, recorda. Hoje, tudo o que resta são lembranças e a degradação que ameaça a casa a cada dia que passa.