Partos em viagem

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Ter, 04/04/2006 - 14:45


A coordenadora da Sub-Região de Saúde de Bragança, Berta Nunes considera que não deve encerrar qualquer bloco de partos no distrito sem estar assegurado o transporte da grávida, com acompanhamento de pessoal especializado da grávida.

“É preciso organizar a rede de emergência pré hospitalar, com pessoal qualificado para orientar um parto que aconteça durante a viagem, como forma segura de transportar as grávidas dos concelhos periféricos para as maternidades de Bragança ou Mirandela”, sustenta a responsável.
Recorde-se nos concelhos de Miranda do Douro e Mogadouro, por exemplo, há partos efectuados durante a viagem, com a ajuda de um bombeiro, que conduz a ambulância que transporta a grávida. Berta Nunes considera que esta situação representa um risco para as grávidas, já que, se “o bebé tiver de nascer no meio do caminho, não há um parto com uma assistência de qualidade”.
Para dar resposta a estes casos “o distrito de Bragança precisa, com urgência, duma rede de emergência pré hospitalar para toda a região, que funcione 24 horas por dia”, alega a coordenadora.

Partos em Zamora

Para trás ficou a ideia de celebrar um protocolo entre a Sub-Região de Saúde de Bragança e a maternidade de Zamora, no sentido da cidade espanhola receber as grávidas do concelho de Miranda do Douro, a cerca de 50 quilómetros de distância.
Ao que foi possível apurar, a autarquia local tem vindo a procurar instrumentos legais para formalizar um protocolo de prestação de serviços com os vizinhos espanhóis para que as grávidas possam dar à luz em Espanha. Isto porque grande parte dos 85 quilómetros que separam Miranda do Douro de Bragança é feita por estradas sinuosas.
Aliás, no âmbito de alguns seguros de saúde são já algumas, embora poucas, as grávidas que são acompanhadas em clínicas do país vizinho.
Apesar de tudo, o envio de parturientes para maternidades espanholas, junto à fronteira, ainda não passa duma hipótese. “Se as grávidas de Miranda do Douro continuam a ser transportadas para o hospital de Bragança é porque se considerou que Zamora não seria a melhor opção”, assevera Berta Nunes.