Para emagrecer é preciso comer mais... (1ª Parte)

PUB.

Ter, 28/06/2005 - 19:02


São muitos os que tentam libertar-se definitivamente dessa nefasta e inestética gordura corporal, mas são poucos os que conseguem e, destes que conseguem, a maioria recupera (e ás vezes supera o nível anterior) essa gordura. É que perder gordura, como Muitas outras coisas na vida, é mais fácil dizer que fazer.

A alimentação é que determina se ganhamos ou perdemos peso. Se por norma ingerimos 2000 calorias diárias e passarmos a ingerir 1500, o organismo vai recorrer ás reservas para cobrir essa diferença e então perdemos peso. Se pelo contrário passarmos a ingerir 2500 calorias, o organismo, não precisando desse excesso, vai armazená-lo como reserva caso venha a ser necessário. Desta forma ganhamos peso. Mais simples que isto é impossível, não é verdade? Reduzimos a ingestão calórica diária em 500 calorias (por exemplo) o que dá umas 3 500 por semana. Isto representa, á partida, 400 gramas de gordura (1 gr de gordura = 9 calorias). O problema é que não é assim tão simples; o organismo não está "desenhado" para funcionar dessa maneira. Na prática tudo se passa de modo bem diferente.
No início sim, perder-se-á algum peso, mas o organismo tem mecanismos de adaptação e adaptar-se-á rapidamente a essa nova ingestão caloira. Além disso, ao perder peso, o gasto metabólico será menor e abrandará ainda mais para gastar menos. Então teremos que reduzir ainda mais as calorias e assim sucessivamente sempre que a perda de peso não se verificar. Mas este ciclo tem um limite, que não pode ser ultrapassado sob pene de corrermos o risco de deficiências nutricionais graves, que podem por em risco a nossa saúde.
Pense no corpo como se fosse um automóvel. Um automóvel estacionado mas com o motor a trabalhar, gasta gasolina ainda que menos do que se estiver em circulação. Quanto maior for a velocidade ou a distancia que percorrer, maior será o consumo de combustível. Com o corpo é a mesma coisa; se estiver parado necessita menos calorias do que se estiver a andar e bastante menos do que se estiver a correr.
Portanto, a alimentação tem que cobrir as necessidades básicas que são as de manter o organismo vivo, aquilo a que se chama metabolismo basal, bem como fornecer a energia que permita a manutenção da actividade física, tenha ela a exigência que tiver.
O organismo dispõe de "sensores" que o informam regularmente da quantidade de alimentos que obtém cada dia. Quando detecta uma diminuição, reduz automaticamente o ritmo metabólico e o consumo energético, porque estando a entrar num período de restrição de alimentos, antes de mais nada tem que sobreviver. Para isso tem que preservar, a todo o custo, energia. Acontece que a forma em que o organismo pode guardar as suas reservas é, precisamente, em adiposidade; essa de que tanto nos queremos libertar, não só por factores estéticos mas, sobre tudo, de saúde. Conclusão; para emagrecer (e sempre que digo emagrecer refiro-me a perder tecido adiposo), não devemos comer menos; devemos comer mais!... Então como é que podemos comer mais e, simultaneamente, perder peso? É simples; manipulando os alimentos e elevando o gasto calórico. Não perca a próxima edição deste jornal.