Pais encerram escola a cadeado

PUB.

Ter, 24/10/2006 - 10:22


Os encarregados de educação das crianças que frequentam a escola dos Formarigos, em Bragança, encerraram o estabelecimento de ensino a cadeado, na passada quarta-feira, em protesto contra a falta de condições das instalações.

“Quando chove, o recreio não oferece segurança nenhuma para as crianças. Ainda ontem o meu filho caiu numa tampa de saneamento e fez um buraco na cabeça”, reclamava Carina Machado, mãe de um aluno do 1º ano.
Apesar de se tratar de uma escola recente, inaugurada em 2001, no exterior da escola são visíveis uma série de caixas de saneamento, que representam perigo para as crianças.
Além disso, em dias de chuva, o recreio fica completamente inundado e as crianças não têm qualquer local coberto para brincar.
O espaço destinado às refeições é outro dos motivos de descontentamento dos pais, que consideram “inadmissível” o facto dos cerca de 60 alunos lancharem sentados no chão do hall de entrada.
A sala de aula que alberga os alunos do 1º ano também apresenta limitações. “As crianças têm aulas num antigo pavilhão de ginástica que não tem janelas e onde as crianças e professores não se conseguem entender devido à acústica”, assevera Sílvia Gosteira, mãe de uma criança do 1º ano.

Pavilhão de ginástica serve de sala de aula
para os alunos do 1º ano

A par destes problemas, os maus cheiros que provêm do saneamento também afectam o dia-a-dia dos alunos, auxiliares e professores. “ Há dias que não se pode estar lá dentro com o mau cheiro. As professoras têm que dar as aulas com as janelas abertas, mas há salas que nem janelas têm”, protesta Carina Machado.
A par da falta de condições físicas, as actividades de enriquecimento curricular também não estão completamente asseguradas na escola dos Formarigos. As crianças ainda não começaram a ter aulas de música e, para terem aulas de Educação Física, têm que se deslocar ao Pavilhão Municipal.
Confrontada com esta situação, a vereadora da Cultura e Educação da Câmara Municipal de Bragança, Fátima Fernandes, afirmou que desconhecia a situação dos maus cheiros, acrescentando que o problema será resolvido o mais rápido possível.
Quanto às condições da escola, a responsável realçou que se trata de um estabelecimento de ensino recente, estando os melhoramentos dependentes da ajuda financeira do Ministério da Educação, uma vez que a autarquia não tem recursos económicos suficientes para fazer face a todas as situações.
Estes problemas já se arrastam desde o primeiro dia aulas, pelo que os encarregados de educação ameaçam voltar a encerrar a escola, caso a situação não seja resolvida.