Qua, 11/01/2012 - 09:58
Dita a tradição que as mulheres dos mordomos, mesmo que sejam de outras aldeias, têm que aprender a fazer as roscas. “Eu quando vim para cá não sabia, mas depois tive que aprender”, conta Maria Irene Pires.
Mas a confecção das roscas também se foi alterando ao longo dos tempos. “Antes era só pão, não levava açúcar e ovos como agora”, recorda Manuel Cavaleiro, um dos mordomos.
150 roscas e cinco ramos de doçaria compõem o tradicional charolo, que é levado, em braços, por oito homens, desde a Igreja do Santo Cristo até à Casa do Povo, onde são leiloadas as roscas. Cada doce pode custar 25 euros, dinheiro que reverte para o S. Gonçalo.
Antes do leilão toca a gaita-de-foles, o bombo e a caixa e dá-se início à dança da rosca. O vice-presidente da Câmara Municipal de Bragança, Rui Caseiro, não falta a um pezinho de dança. “Esta é uma dança própria desta festa, que é dançada por dez pares. No final da dança, a rosca dos mordomos é distribuída a todos os presentes”, explica Rui Caseiro.
O presidente da Junta de Freguesia de Outeiro, João Sardinha, afirma que é importante trabalhar para manter as tradições deixadas pelos antigos. À noite entrega-se a festa aos mordomos do próximo ano. “É a pandorcada, de casa em casa, dão de comer e de beber. E depois encerra-se a festa na Casa do Povo, com o baile até às tantas”, remata Maria Helena.