Qua, 16/08/2006 - 10:07
Esta posição, no entanto, é criticada por alguns empresários da noite que defendem que, pelo facto do evento ocorrer uma vez por ano, deveria permitir a flexibilidade das licenças de funcionamento.
“Como somos obrigados a fechar não podemos atrair mais pessoas”, sublinhou o proprietário de um dos bares da cidade, António Vale.
Os empresários asseguram que o objectivo deste pedido era aproveitar a vinda de um largo número de visitantes, devido à Concentração, para realizar mais negócios.
“Como é um dia diferente deveriam alargar os horários e, com esta medida, somos todos nós e a cidade a perder com isto”, referiu a proprietária do bar TáKuase, Cilene Sá.
A manutenção da licença de funcionamento foi reforçada por agentes da Polícia de Segurança Pública (PSP), que se limitou a comunicar que a lei deveria ser cumprida. “Os horários estão estipulados e nós não poderíamos autorizar o contrário”, sustentou a comissária da PSP, Ana Maria Rodrigues.
Apesar de defenderem o alargamento do período de funcionamento, os empresários, segundo a agente da autoridade, respeitaram a lei, pelo que não se registaram incidentes.
Espaços suficientes
A organização da Concentração de Bragança, a MotoCruzeiro, não considera esta medida prejudicial para a realização do evento. No entanto, “julgamos que deveriam poder trabalhar até mais tarde neste dia”, revelou o presidente da colectividade, Francisco Vara.
Contudo, na óptica do responsável, quem visitou a cidade “tinha sempre para onde ir e, por isso, não creio que vá provocar uma diminuição no número de pessoas presentes no próximo evento”, defendeu o dirigente.
Também o presidente da CMB, Jorge Nunes, revela que a manutenção da licença de trabalho dos espaços nocturnos resulta de uma estabilidade procurada pela autarquia. “Os horários já estão definidos e pretendemos encontrar um ponto de equilíbrio entre os empresários e os moradores próximos dos bares”, salienta o edil.
Na óptica do autarca, a cidade apresenta bastantes ofertas ao nível da diversão nocturna, pelo que a possibilidade de alargar os horários tem que ser conciliada com o sossego dos cidadãos. “Há limitações a esta medida que têm que ser respeitadas, como a vida dos residentes”, assegurou Jorge Nunes.