Ter, 06/02/2007 - 10:13
A decisão foi tomada na passada terça-feira, após uma reunião com o responsável do Sindicato dos Trabalhadores da Construção do Norte, Albano Ribeiro, que tem acompanhado o problema.
Ao todo estão por pagar os meses de Outubro, Novembro e Dezembro do ano passado, mais os subsídios de férias e Natal, o que deverá rondar 70 mil euros.
Com a rescisão colectiva dos contratos, a empresa poderá ter de assegurar 350 mil euros em indemnizações, salários e subsídios em atraso.
Citado pela RBA, Eduardo Quaresma, um dos sócios das Construções S. Jorge, revelou que a empresa já vendeu uma pedreira para conseguir pagar os ordenados em atraso. Por isso, o empresário considera “precipitada” a decisão dos funcionários, alegando que a construtora atravessa dificuldades, mas voltará a ter obras em curso.
Empresa diz ter vendido a pedreira para pagar os salários aos funcionários
Albano Ribeiro, contudo, considera que a venda da pedreira e de algumas máquinas faz adivinhar o desaparecimento da empresa, razão pela qual os funcionários devem garantir os seus direitos. “Com a rescisão os trabalhadores asseguram o subsídio de desemprego e, enquanto houver património, temos a garantia de que vão receber os salários em atraso”, salientou o sindicalista.
Quanto à venda da pedreira e máquinas, sob o argumento de obter liquidez para pagar aos trabalhadores, Albano Ribeiro diz desconhecer qualquer proposta por parte da empresa.
O responsável condena, mesmo, a postura da administração das Construções S. Jorge, por ter concedido um mês férias aos funcionários, sem consentimento das partes e fora do período legal.
A maioria dos 24 trabalhadores tem mais de 40 anos e depara com poucas perspectivas de arranjar um novo emprego. Por isso, olham o futuro com desconfiança e admitem procurar trabalho na vizinha Espanha.