Qua, 31/05/2006 - 15:16
Limpar foi uma das áreas que coube sempre às mulheres. Elas limpavam a casa, o pó, o chão, faziam o jantar, arrumavam a cozinha, a casa de banho e dedicavam-se exclusivamente ao lar. Hoje em dia, o homem já vai dando uma ‘mãozinha’ mas, porque não estão para aí virados ou porque a mulher não admite que homem nenhum limpe as suas coisas. Há, ainda, mulheres que se dedicam de corpo e alma à casa.
O papel da mulher dos nossos dias é diferente daquele que abundava há uma década atrás. A mulher trabalha, ganha o seu dinheiro e conquistou um espaço na sociedade que agora já ninguém lhe pode tirar. Mas, associado ao trabalho fora de casa, a mulher tem, ainda, a seu cargo o trabalho doméstico. E, a verdade é que há mulheres que não admitem que ninguém faça este género de trabalho. Só elas sabem como gostam das suas coisas, e limpezas só com um toque feminino à mistura.
O problema que aqui se coloca é que há mulheres que vivem completamente obcecadas pelas limpezas, mesmo que a maior parte do dia seja passado fora de casa a trabalhar num escritório. A isto está implícito uma necessidade de perfeição desenfreada, na qual a mulher acredita que é capaz de fazer tudo sem ajudas de ninguém. O pior de tudo isto é quando a mulher tem necessidade de estar sempre a limpar, sem que encontre à sua volta um único laivo de sujidade.
As mulheres obcecadas pelas limpezas são pessoas demasiadamente perfeccionistas, que limpam a casa todos os dias, mesmo que não seja visível qualquer sujidade. As camas devem ficar feitas antes de sair para o trabalho, a loiça do pequeno almoço lavada, o pó devidamente limpo, a roupa e os restantes objectos arrumados no seu sítio, e é comum que se comece já a pensar no jantar de logo mais, ou mesmo começar a confeccioná-lo. O chão deve estar a brilhar e tudo deve estar no sítio.
Estas mulheres, trabalhadoras domésticas e fora de casa, podem ter uma vida normal, caso não levem essas suas funções ao limite da perfeição e dedicação. São pessoas stressadas, que não admitem a mínima falha ou cansaço físico, mesmo que o corpo e cabeça gritem por uma cama. Porém, e embora esteja estoirada, não pode deixar de dar uns retoques nas flores ou limpar o fogão, até brilhar, depois de alguns problemas na confecção do jantar. Habitualmente, e quando as coisas não correm bem, a mulher pode ser alvo de uma depressão motivada por essa necessidade de ter tudo impecavelmente limpo, embora trabalhe e tenha quase esgotadas as energia para tal.
O facto de exigir demasiado de si mesma e não permitir que um miolo de pão caia ao chão, sem o apanhar logo de seguida, ou que encontre uma pequena mancha nos cortinados, e que os vá lavar em seguida, leva-a a ter uma atitude demasiadamente perfeccionista em relação a tudo na vida. É necessário perceber que a casa deve ser limpa com regularidade, mas não da forma obcecada que você o faz. Precisa de descansar e de reservar também algum tempo para si e para os prazeres da vida, sem estar apenas concentrada no trabalho.
Tente gozar um pouco mais a vida, e esqueça por momentos o pó, as manchas das toalhas ou o chão por encerar. Aproveite a vida e descanse bastante, pois a perfeição nem sempre é saudável!