O beco

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Qua, 26/04/2006 - 11:22


O estudo que a Associação de Municípios da Terra Fria Transmontana (AMTFT) acaba de apresentar vem pôr o dedo na ferida no que concerne à afirmação de Bragança no contexto regional.

O documento reconhece que, se não forem tomadas medidas drásticas em termos de acessibilidades, os quatro municípios raianos serão os mais penalizados pela construção da A24 e A7, que vão contribuir para desencravar definitivamente a região do Alto Tâmega.
Ou seja, com um eixo transversal entre a autovia das Rias Baixas (A52) Chaves, Vila Real e Viseu, associado a um eixo transversal entre Vila Pouca de Aguiar e Braga, dissipam-se as dúvidas (se é que alguém ainda as tinha) quanto às prioridades da Administração Central em termos de transporte de passageiros e mercadorias.
Ou seja, se não é certo que a Terra Fria e a Puebla de Sanábria consigam criar um sistema multimodal rodoviário, o mesmo não se aplica ao corredor Viseu-Chaves-A52, há muito definido, a par do eixo Aveiro-Viseu-Guarda-Vilar Formoso, como canal preferencial de circulação de pessoa e bens.
E se ao Alto Tâmega lhe falta a via-férrea electrificada que é uma realidade na Beira Alta, o ministro das Obras Públicas, Mário Lino, já arranjou forma de aumentar a eficácia do corredor da A24 no transporte de mercadorias. Tanto assim é que o governante, em recentes declarações à Agência Lusa, anunciou a ampliação do Terminal TIR existente em Chaves, onde também avança, a passos largos, um Mercado Abastecedor.
Estas são as cartas que estão em cima da mesa, para as quais a Terra Fria Transmontana terá de arranjar trunfos. O estudo agora apresentado pode não ser um ás de copas ou espadas, mas tem o condão de alertar o Governo para a condição de beco em que está a cair o Nordeste Transmontano.
Seja pelo concelho de Bragança ou pelo município de Vinhais (onde está a nascer uma estrada renovada entre a fronteira da Moimenta e a A52) os municípios da Terra Fria precisam duma saída, e urgente, que não se esgota no prolongamento da A4 até Quintanilha.