“Nordeste” reivindica apoio para TV por cabo

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Ter, 23/01/2007 - 15:56


O ministro dos Assunto Parlamentares, Augusto Santos Silva, foi confrontado, no passado sábado, com a necessidade do Estado apoiar parcerias estratégicas para criar a primeira televisão regional por cabo em Trás-os-Montes e Alto Douro.

O governante esteve em Bragança, onde presidiu ao lançamento de diversos projectos na área do multimédia desenvolvidos pelo Jornal Nordeste, e ao 67º aniversário do semanário diocesano “Mensageiro de Bragança”.
Na primeira cerimónia pública do dia, que decorreu no auditório Paulo Quintela, em Bragança, o director do NORDESTE, João Campos, lançou o repto ao ministro. “O Governo tem de criar mais incentivos para parcerias estratégicas, de modo a envolver as empresas de comunicação social de Trás-os-Montes num projecto de televisão capaz de ir além da Internet”, reivindicou o jornalista.
Tendo em conta que, até meados deste ano, a cidade de Bragança vai contar com uma rede de fibra óptica da Netcabo e que o Cybercentro de Bragança dispõe de um estúdio totalmente equipado, o responsável apela à cooperação das empresas do sector em torno duma Televisão Digital Terrestre (TDT). “Trás-os-Montes bem o merece, mas uma estação de TV por cabo acarreta investimentos avultados, que só várias empresas do ramo poderão suportar”, sublinhou João Campos.
Recorde-se que, de acordo com o artigo 11º do anteprojecto de proposta da nova Lei da Televisão, a actividade televisiva apenas pode ser prosseguida por sociedades ou cooperativas com um capital mínimo de 500.000 ou 200.000 euros, consoante se trate de operadores de programas televisivos de cobertura regional ou local, respectivamente”.

Trás-os-Montes e Alto Douro já teve 25 minutos de emissão regional diária da RTP, banidos do ecrã em 2002

Segundo a mesma proposta, uma televisão de carácter regional pode abranger “um conjunto de distritos no continente ou um conjunto de ilhas nas Regiões Autónomas, ou uma ilha com vários municípios, ou ainda uma área metropolitana”. Já a área de influência de um canal de televisão local esgota-se num município ou num conjunto de municípios contíguos, até ao máximo de cinco.
O director do jornal Nordeste recordou ao ministro que “a região de Trás-os-Montes e Alto Douro já teve 25 minutos de emissão regional diária da RTP, banidos do ecrã em 2002”, tendo focado a importância dos operadores privados em torno de um serviço semelhante.
No mesmo dia, este semanário apresentou o seu projecto de Web TV, juntamente com o Nordeste Mobile, que permitirá distribuir conteúdos informativos pelos visores dos telemóveis. O primeiro já se encontra em experimental em www.jornalnordeste.com, como forma de complementar a edição em papel e on-line com conteúdos televisivos.
Já o Nordeste Mobile será posto em prática durante o mês de Março.
Estes novos suportes fazem parte dum programa de investimento de 53.624 euros, comparticipados em 50 por cento pelo Instituto da Comunicação Social, no âmbito duma candidatura ao Incentivo à Iniciativa Empresarial e Desenvolvimento Multimédia 2006.

Apoio do Estado permitirá desenvolver, através das Novas Tecnologias, um jornal do Interior e ultrapassar os obstáculos impostos por esta condição geográfica

Durante a sessão, o ministro dos Assuntos Parlamentares assistiu à apresentação do projecto, pela mão de António Matias Gil, director-geral da Dom Digital, a empresa que efectuou a candidatura ao programa de apoio do ICS. “Este projecto vai muito mais além da Web TV e do acesso via telemóvel, pois vai aumentar fortemente a competitividade deste semanário regional, alargando a sua base de produtos e a sua forma de distribuição”, frisou o responsável.
Para João Campos, os objectivos são muito claros: “Encaramos este apoio como uma forma de desenvolver, através das Novas Tecnologias, um jornal do Interior do País e de ultrapassar os obstáculos impostos por esta condição geográfica”, salientou.