No reino de Cavaco

A onda laranja varreu os 12 distritos do Nordeste Transmontano, que deram a Cavaco Silva uma vitória inequívoca. Com votações acima dos 60 por cento, foi no concelho de Mogadouro que o candidato apoiado pelo PSD e CDS/PP alcançou a percentagem de votos mais elevada (74,92 por cento).
Os números falam por si e, nestas Eleições Presidenciais, o distrito de Bragança transformou-se no novo “Cavaquistão”, suplantando o distrito de Viseu.
Já o PS perdeu força no Nordeste Transmontano, visto que Mário Soares só conseguiu a segunda maior votação em três concelhos (Freixo de Espada à Cinta, Alfândega da Fé e Miranda do Douro).
O maior resultado de Soares verificou-se no concelho de Freixo de Espada à Cinta (18,54 por cento), talvez fruto da onda rosa que, em Outubro passado, arrastou a autarquia para as mãos do PS.
A votação alcançada por Manuel Alegre conseguiu surpreender num distrito onde as cores partidárias estão bem enraizadas. O candidato independente, apoiado pelo autarca de Torre de Moncorvo, Aires Ferreira, e pelo ex-autarca de Vinhais, Carlos Taveira, saldou-se numa votação de 15,92 por cento, contra os 10, 71 por cento alcançados por Mário Soares.
O Bloco de Esquerda voltou a arrecadar uma votação mais elevada do que a CDU, dado que Francisco Louçã foi o quarto candidato mais votado em nove dos 12 concelhos do distrito de Bragança. O líder bloquista alcançou 3,02 por cento dos votos, enquanto Jerónimo de Sousa obteve, apenas, 2,73 por cento da votação dos eleitores nordestinos.
O candidato Garcia Pereira, apesar de durante a campanha ter feito uma visita relâmpago à região, ainda conseguiu os votos de 0,32 por cento dos eleitores do distrito de Bragança.