Qua, 03/05/2006 - 15:12
Inicialmente evitou falar aos jornalistas e, quando o fez, deixou escapar que “é inconcebível que a capital de distrito, Bragança, não tenha uma maternidade”. Depois, quando se apercebeu do que tinha dito, emendou, dizendo que essa decisão caberia à administração do Centro Hospitalar do Nordeste.
Correia de Campos iniciou a visita em Murça para protocolar o funcionamento duma Unidade Móvel de Saúde, que já está a trabalhar há um ano e meio. Na recepção de boas-vindas, no salão nobre da Câmara Municipal, garantiu que não seria o “Ministro Extintor”, já que ouvira numa rádio estaria em Murça para extinguir o Centro de Saúde e, até, a Segurança Social.
O governante garantiu dar prioridade aos protocolos com a Misericórdia, que permitirão a abertura duma Unidade de Cuidados Continuados (UCC) da Santa Casa de Murça, pronta há mais de um ano. “Desde o dia 1 de Fevereiro de 2005 que o hospital está equipado e pronto a abrir", salientou Belmiro Vilela, provedor da Misericórdia de Murça, referindo que se trata duma unidade hospitalar que representa um investimento de quatro milhões de euros. A UCC ocupa o edifício do velho hospital daquela localidade, que foi desactivado após o 25 de Abril.
Cuidados continuados à espera
Belmiro Vilela espera, agora, por um novo protocolo que vai envolver os ministérios da Saúde e Segurança Social, que possibilite a abertura desta unidade, que actualmente representa um investimento de cerca de 5.000 euros com despesas de água, luz, manutenção dos equipamentos e pagamento de pessoal.
“Disponibilizamos 53 camas para acolher doentes que, depois de internados e sujeitos a tratamento num hospital distrital, tenham de regressar a suas casas. O problema é que muitos utentes não têm condições para continuar com os tratamentos nas suas casas e, como tal, poderão recorrer aos nossos serviços”, salientou o responsável.
O objectivo é, ainda, prestar à população serviços que agora não existem no município, um problema que leva muitas pessoas a terem de se deslocar a outras localidades, como Vila Real, Mirandela e Chaves.
Confrontado com as preocupações dos autarcas e população de Murça relativamente ao encerramento do serviço de urgência do Centro de Saúde local durante o período da noite, Correia de Campos referiu que não visitou o concelho para "extinguir nenhum serviço".
O governante aproveitou para desafiar os responsáveis pelo Centro de Saúde de Murça a candidatarem-se à criação de uma Unidade de Saúde Familiar e referiu que já está prevista a criação de 70 unidades do género no país.
Luís Costa Ribeiro