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Muito músculo e pouco espectáculo

Ter, 14/11/2006 - 15:32


Na bancada os vinhaenses falavam que era altura da sua equipa de se assumir como candidata, já os mogadourenses espreitavam um deslize do primeiro lugar e o jogo prometia, por isso, muita emoção e espectáculo.

A primeira parte revelou uma entrada sem medo da turma de Abílio Familiar, que disputou taco a taco os primeiros 10”. Depois, o Vinhais foi tendo algum ascendente, embora sem precisão nos seus lances. Quando o Vinhais trocava a bola rapidamente por toda a largura do terreno criava sempre perigo. No entanto, foram escassos esses retalhos tácticos e técnicos. Ao invés, o Mogadourense não queria correr riscos, limitando-se a pressionar eficazmente por todo o terreno com uma defesa bastante alta. Aos 11” Márcio, num remate picado, quase batia Zé Manuel, rasando a trave. Já os visitantes apareceram com alguns rasgos de clarividência nos últimos 10”, com um remate de fora de área por Miguel e com o golo de Hélder ao minuto 43. Tudo num lance em que a defesa vinhaense é traída pela destreza do médio, pois explorou bem a linha de fora de jogo para se isolar e converter o primeiro tento da partida.
Deste modo, o jogo ia para intervalo com um 0-1, muito embora ninguém merecesse estar na frente do marcador. Em resumo, jogo muito disputado a meio-campo, equilibrado, com falta de organização e que passou na retina sem memórias fotográficas, à excepção do golo que gerou polémica no banco e espectadores dos visitados, acerca da hipotética irregularidade.
A segunda parte alimentou-se de casos e de um feudalismo sem relações de vassalagem. De facto, não se percebia quem mandava no jogo e quem era submisso. Sem suserano e vassalo, o jogo mostrava um futebol apoiado demais, com os jogadores a concentraram-se muito no mesmo espaço. Para quem corria atrás do resultado não se compreendia.
Aos 59”, Miguel é expulso, proporcionando até final do encontro algum domínio da formação de Carlos Garcia. Passados quase 10”, restabelece-se o empate, através do recém-entrado Marcelo, que fintou a atrapalhação da defesa do Planalto e rematou em jeito para o fundo da baliza. O Mogadouro respondeu de imediato com uma oportunidade flagrante de Alves, que só não marcou porque Pik surge em cima da linha de golo para desviar o esférico. Márcio, o melhor da partida, faz o 2-1, aos 78”, num lance de insistência. Após dois remates sem êxito dos seus colegas, o terceiro pontapé foi certeiro, a não dar chances a Zé Manuel. A desvantagem no marcador deu ao Mogadouro mais dinâmica, que partiu à busca do empate com todas as armas. O jogo conhecia o seu melhor período. O Vinhais jogava com mais tranquilidade, serenidade e com boas desmultiplicações para o contra-ataque e o Mogadouro tentava arduamente o golo prometido. O desespero dos visitantes foi apanhado em descompensação aos 91”, numa grande jogada individual de Márcio, que ganhou em velocidade a dois contrários para depois cruzar cirurgicamente para Vítor, que só teve de escolher o lado para resignar os forasteiros.
Atendendo aos 90” de jogo, o resultado mais justo seria o empate, pois a tónica dominante foi o equilíbrio na vontade de não querer perder e de não querer ganhar. Daí o futebol confuso, musculado e sem sal.

Árbitro – Rui Santos
Assistente (bancada) – Márcio Ponte
Assistente (peão) – Hugo Bragança

Vinhais – 1 Zé Bragança, 2 Rui, 3 Nuno, 4 Marco, 5 Pik, 6 Bruno, 7 Pedro ( Marcelo 56”), 8 Márcio, 9 Ângelo (Samuel 45”), 10 Miguel e 11 Vítor (Tiago Morais 93”).
Treinador – Carlos Garcia
Amarelos – Márcio 18”, Miguel 29”, Pik 44” e Samuel 48”.

Mogadourense – 1 Zé Manuel, 2 Freitas, 3 Alves, 4 Vítor, 5 Paulo Picote, 6 Bruno, 7 Hélder, 8 Miguel, 9 Xavier, 10 Emanuel (André 45”) e 11 Honorato (Paulo 78”).
Treinador – Abílio Familiar
Amarelos – Miguel 37” e 59”, Hélder 48” e Alves 64”.
Vermelho – Miguel 59” (ac).

Ao intervalo – 0 - 1
Marcadores – 0-1, Hélder 43”; 1-1 Marcelo 68”, 2-1 Márcio 78” e 3-1, Vítor 91”