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Mosteiro “renasce” em Castro de Avelãs

Ter, 16/01/2007 - 10:38


Após dois meses de escavações arqueológicas num terreno agrícola contíguo à Igreja de Castro de Avelãs, já foram descobertos o claustro, as alas conventuais e algumas salas do antigo Mosteiro Beneditino, que terá sido erguido na aldeia durante o século XIII.

Apesar dos documentos históricos já revelarem a existência de um mosteiro naquele local, do qual faz parte a igreja de Castro de Avelãs, o Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR) efectuou levantamentos arquitectónicos e topográficos, bem como sondagens geofísicas em toda a zona envolvente ao templo, para delinear a intervenção arqueológica.
Segundo informações avançadas pelo IPPAR, os vestígios encontrados vão permitir traçar o esboço da planta do mosteiro de Castro de Avelãs, um monumento histórico de grande importância na região transmontana.
Durante as escavações, os arqueólogos também encontraram espólio da Época Romana, que estariam relacionados a via que ligava Braga a Astorga e que passaria próximo desta zona onde, posteriormente, foi construído o mosteiro. Entre os vestígios encontrados destacam-se objectos de cerâmica, moedas e uma lápide funerária que remontam à época entre os séculos I e V.

Mosteiro não albergava só monges e frades, mas também figuras ilustres da época

Os estudos efectuados acerca do Mosteiro de Castro de Avelãs também dão conta que a edificação existiu entre os séculos XIII e XVI, albergando não só monges e frades, como também figuras ilustres daquele tempo. Reza a história que, em Março de 1387, o mosteiro hospedou o duque de Lencastre e a sua comitiva na véspera do seu encontro com o rei D. João I, no planalto de Babe, para tratarem de assuntos relacionados com o casamento da filha do duque inglês, D. Filipa de Lencastre.
Aquando do desaparecimento do mosteiro, sabe-se, apenas, que alguns dos materiais existentes foram levados para a Igreja de Santa Maria, situada na Cidadela de Bragança.
A par das escavações arqueológicas, o IPPAR também efectuou obras de requalificação da Igreja de Castro de Avelãs ao nível das coberturas, dado que as infiltrações de água e a humidade estavam a deteriorar o templo.
Trata-se de um investimento total na ordem dos 300 mil euros, comparticipado em 225 mil euros por fundos comunitários, no âmbito de uma candidatura ao programa Interreg.
Alguns populares da aldeia olham com curiosidade para os achados que estão a descoberto, mas consideram que o local deveria ser convertido num espaço museológico para dinamizar a aldeia através do turismo.
Relativamente ao futuro dos vestígios arquitectónicos encontrados no local, o IPPAR adianta, apenas, que o próximo passo é o trabalho de gabinete para estudar as estruturas e o espólio detectado nas escavações arqueológicas. O avanço de uma segunda fase da intervenção depende da articulação de vontades de diferentes entidades e dos recursos financeiros disponíveis.
Recorde-se que o terreno onde se encontra o mosteiro pertence à diocese de Bragança- Miranda.