class="html not-front not-logged-in one-sidebar sidebar-second page-node page-node- page-node-163795 node-type-noticia">

            

PUB.

Montesinho reclama justiça na água

Ter, 23/05/2006 - 14:53


O pagamento da água não agrada aos habitantes de Montesinho, concelho de Bragança.

A população e os representantes da Comissão de Baldios reivindicam justiça, alegando que a água que abastece a aldeia é proveniente de um nascente na serra de Montesinho e é canalizada para as habitações através de uma infra-estrutura criada, há dois anos, pela Comissão de Baldios.
Ao que foi possível apurar, a conduta que abastece Montesinho custou cerca de 35 mil euros, um valor suportado, apenas, pela Comissão de Baldios. Por isso, a aldeia só aceita pagar água depois da Câmara Municipal de Bragança (CMB) efectuar o pagamento deste investimento, bem como dos terrenos baldios que ficaram submersos, há cerca de 20 anos, depois da construção da barragem da Serra Serrada, que abastece a cidade de Bragança.
“Em relação aos terrenos ocupados com a barragem e com os canais, nós propomos que a autarquia nos pague uma renda, dado que a Comissão de Baldios é uma entidade sem fins lucrativos”, recorda o presidente da Comissão de Baldios, Norberto Garcia.
Quanto às terras de cultivo dos habitantes de Montesinho que ficaram submersas, a CMB está a efectuar o pagamento aos poucos, visto que o processo de expropriação foi mal conduzido desde o início.

Ocupação de terrenos em tribunal

Além disso, a autarquia construiu, no ano passado, um açude que leva a água do rio Sabor para a Estação de Tratamento de Água de Prado Novo. A conduta ocupou terrenos alheios, sem qualquer tipo de autorização, o que motivou um processo em tribunal contra a CMB.
Para Norberto Garcia, é injusto a aldeia de Montesinho pagar a água, quando a autarquia não efectuou qualquer investimento para fazer chegar o líquido precioso à localidade.
Por outro lado, a água consumida naquela aldeia é captada a cerca de 7 quilómetros, numa nascente na serra de Montesinho, e chega às torneiras sem qualquer tipo de tratamento.
O presidente da Comissão de Baldios afirma que a água provém duma nascente, acrescentando que a aldeia tem muita água nas redondezas. Por isso, não percebe como é que Montesinho abastece a cidade de Bragança e ainda tem que pagar um bem que lhe pertence.
“Nós compreendemos que Bragança precisa de água, mas Montesinho também deve ser compensado”, desabafa Norberto Garcia.
A população também não concorda com o pagamento da água antes da autarquia ressarcir as pessoas que ficaram lesadas com a construção da barragem e de investir em equipamentos necessários para o desenvolvimento da localidade.
Para tentar solucionar este problema, a autarquia já reuniu com a Comissão de Baldios. O Jornal NORDESTE tentou chegar à fala com os responsáveis da CMB para saber qual foi a solução encontrada para resolver o problema da água na aldeia de Montesinho, mas tal não foi possível até à hora do fecho desta edição.