Montesinho aposta no mel biológico

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Ter, 31/05/2005 - 16:55


O Parque Natural de Montesinho vai começar a produzir mel biológico ainda durante este ano.

Apesar deste produto ser o mais procurado no mercado, em Trás-os-Montes apenas um membro da Associação de Apicultores do Douro Internacional está a apostar nesta actividade.
A docente da Escola Superior Agrária (ESA) do Instituto Politécnico de Bragança, Letícia Estevinho, abordou o tema “Controlo de Qualidade do Mel de Trás-os-Montes”, nas jornadas de Controlo de Qualidade de Produtos Regionais, que arrancaram ontem naquele estabelecimento.
Durante a sua intervenção, a docente apontou a produção do mel biológico como um produto com grande potencial para competir no mercado.
A aposta na produção de pólen e pró-polén, por outro lado, também fazem parte das ambições das associações transmontanas. “No nosso País ainda ninguém se dedica à produção destes dois produtos, que são secundários à colmeia, mas são fundamentais para a produção de mel”, refere Letícia Estevinho.
Recorde-se que, em Espanha, estes produtos já são aproveitados e os espanhóis chegam a vir a Portugal colocar colmeias para levarem estes produtos para o seu país.

Carne Mirandesa em debate

Durante o dia também foram abordados outros produtos característicos da região, nomeadamente as plantas aromáticas e medicinais, o vinho e a carne mirandesa.
“A construção da qualidade na fileira da carne mirandesa” foi o tema abordado pelo docente da ESA, Fernando Sousa, que apontou as vantagens Denominação de Origem Protegida (DOP), para a comercialização do produto e para a satisfação do consumidor final.
Durante o dia de hoje, o azeite e azeitona de mesa vão ser debatidos, em especial a qualidade do produto e a sua certificação.
Ainda no âmbito deste produto regional, a ESA está a desenvolver um trabalho, em colaboração com as associações de olivicultores da região e outras universidades do País, para caracterizar as diferentes variedades de azeite e as práticas agronómicas, bem como as pragas que muitas vezes afectam esta cultura.
“Também está a ser desenvolvido um trabalho de levantamento no terreno sobre lagares da região, a partir do qual serão implementadas medidas de controlo para superar as falhas”, salienta o professor da ESA, José Alberto Pereira.
Durante dois dias, a ESA abriu as portas à comunidade para falar dos produtos agrícolas que fazem parte da economia da região.