Montalegre quer repetir enchentes

PUB.

Ter, 16/01/2007 - 11:16


Já é conhecido o programa da XVI edição da Feira do Fumeiro e do Presunto do Barroso, que decorre na vila de Montalegre de 18 a 21 deste mês.

Ao todo são quatro dias que prometem ser de forte romaria, dando sequência às enchentes dos anos anteriores.
Tal como tem sido habitual, a organização apresentou o certame no Porto e em Braga. Na cidade bracarense, o barrosão Avelino Gonçalves, presidente da respectiva Casa de Trás-os-Montes, congratulou-se com o facto do evento ser uma referência, não só do concelho como de toda a região. O dirigente aproveitou o ensejo para referir que o espaço passa a ser “a casa de todos os montalegrenses”, numa clara alusão à hospitalidade dos barrosões.
Já o vice-presidente da Câmara Municipal de Montalegre, Orlando Alves, destacou a excelência da qualidade dos enchidos, no rigor do controle dos mesmos, e nos “trunfos” do concelho como são a paisagem, as gentes, a gastronomia...
No final das palestras, a prova das iguarias deliciou os presentes.
Já na cerimónia de apresentação que decorreu no Porto, o autarca referiu que a visita à Feira do Fumeiro “é o tributo ou homenagem das gentes da urbe para com aqueles que teimam em resistir e dar continuidade à vida simples e bela, mas dura, do campo”.

“Conta, sobretudo, a forma de temperar carnes e tempo de secagem que não deixa de ser segredo”

“Gente que, graças à Feira do Fumeiro e à obrigatoriedade de criar o porco nos moldes tradicionais, se vê obrigada a interagir com o meio, cultivando e amanhando os campos donde virá o sustento da casa e dos animais inscritos para o certame”, salientou o responsável, acrescentando que “o trabalho árduo é compensado com a festa da matança e com o proveito e conforto que a receita gerada na feira lhes deixa”.
Orlando Alves avançou, ainda, que esta edição do certame conta com 105 expositores, mas apresenta outros trunfos. “De bísaro ou porco cruzado tanto faz. Conta sobretudo a forma de temperar carnes e tempo de secagem que não deixa de ser segredo”, sublinhou o responsável.
Na óptica do autarca, “o cesto que serviu para carregar o trabalho de um ano, traz agora escondido o proveito da receita gerada que vai servir para pagar dívidas, dar um arranjo na casa, comprar um miminho especial para os filhos que andam nos estudos e preparar a campanha da produção para a próxima feira”.