Ter, 17/10/2006 - 16:20
Para inverter a situação, a Câmara Municipal de Mogadouro vai conceder apoios directos para a criação deste tipo de unidades de transformação, de modo a aumentar o rendimento dos produtores nas suas explorações agrícolas.
Segundo o vereador Dário Mendes, a tentativa para instalar cozinhas tradicionais no concelho já se arrasta há cinco anos. A situação, contudo, não tem sido fácil de resolver, devido a constrangimentos orçamentais do Ministério da Agricultura. Por isso, a edilidade decidiu financiar estas unidades em 7.500 euros, um valor que é entregue após o licenciamento dos estabelecimentos.
Para já, estão em fase de projecto 10 cozinhas tradicionais e três queijarias, prevendo-se que três destas unidades estejam licenciadas até final do ano.
“Estes estabelecimentos de venda directa são importantes para a economia local, porque há muito procura de enchidos, compotas, queijos, pão e doçaria tradicional, mas sem licenciamento não é possível vender os produtos”, explicou o autarca.
Um dos factores a ter em conta em todos o processo é a higiene, condição que, em nome da qualidade, terá de estar presente em toda a cadeia de laboração.
Financiamento em causa
No que respeita ao financiamento destas unidades familiares, o sub director regional de Agricultura de Trás-os-Montes, António Graça, recordou a existência duma linha de apoio para a valorização dos produtos regionais. O responsável, contudo, admite que o novo Quadro Comunitário de Apoio pode implicar dificuldades na obtenção de financiamento.
Na área da Direcção Regional de Agricultura de Trás-os-Montes existem 73 estabelecimentos de venda directa em funcionamento, enquanto 65 aguardam licenciamento.
A tipologia das cozinhas regionais, que assentam numa base de confiança comprador/vendedor, divide-se na transformação de carnes, queijarias, unidades de sumos ou compotas de frutos e produtos hortícolas.