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Mogadouro dispensa a energia nuclear

Ter, 20/06/2006 - 15:54


Não devemos aceitar a instalação de centrais nucleares no nosso país. Melhor, enquanto não estiver esgotada a capacidade de produção de outras formas de energia, ditas limpas e renováveis, considero imprudente falar-se de instalação de Centrais Nucleares.

No que concerne ao concelho de Mogadouro considero mesmo um despudor esta referência uma vez que cerca de dois terços dos nossos 756 Km² de superfície, são preenchidos por zonas protegidas. A ladear o rio Douro, o Parque Natural do Douro Internacional, nas margens do rio Sabor, a Rede Natura 2000.
Situação idêntica pode observar-se nos concelhos limítrofes, Miranda do Douro e Freixo de Espada à Cinta.
Vem isto a propósito da abordagem, por parte de um representante de empresa privada, no sentido de avaliar a disponibilidade do Município de Mogadouro em permitir estudos conducentes à possível implantação de uma Central Nuclear na zona ribeirinha do Douro.
Ora o concelho de Mogadouro, que desde a liquidação sumária dos Távoras em 1759 com o arrasar do seu Palácio e confiscação dos bens, tem vindo a perder hegemonia, continua a ser, em muitos aspectos, e no campo das potencialidades uma Terra priveligiada, apesar de através dos tempos ser votada ao ostracismo pelo poder central.
Falemos de energia, já que é disso que se trata.
- Energia Eólica – o concelho tem capacidade estudada para produzir um mínimo de 80 MW. Tem instalados 3,85 MW. Modificaram o tipo de concurso e mesmo que agora nos contemplem não será em condições tão vantajosas.
- Energia Hidroeléctrica – aguardamos a barragem do Baixo Sabor e o rendimento que nos proporcionará, não só decorrente da produção eléctrica, mas de múltiplas utilizações.
Aguardamos licença de instalação da mini-hídrica do Angueira e a revisão do contrato com a EDP.
- Central de Biomassa para 2 MW. Esperamos que o concurso não fique deserto.
- Energia Fotovoltáica – o concelho de Mogadouro, conjuntamente com Alfândega da Fé, é a “Horta do Sol”, o que lhe dá capacidade de instalação de inúmeros painéis solares produtores de energia eléctrica.
- Biodiesel – o concelho de Mogadouro tem cerca de 200 Km², mais do que a superfície de muitos concelhos portugueses, com capacidade de produção de milhares de toneladas de soja, que pode ser transformada em biodiesel.
Como é do conhecimento geral os concelhos do interior profundo têm muita dificuldade em obter receitas. As energias renováveis constituem uma fonte razoável de rendimento. Ajudem-nos, privados e governo, com vontade política e visão do desenvolvimento e futuro mais alargado, a promover este potencial energético e obteremos receitas que nos permitem arcar com muitas das competências que o governo nos quer atribuir sem contrapartidas financeiras.
Esta é a nossa vocação.
Preservar o ambiente, no clima, na paisagem e na paz rural. Manter os nossos sistemas ecológicos de modo a continuarmos a usufruir das dádivas do Céu, que nos proporcionam bons ares, boa gastronomia, muita calma e bem-estar psicológico. Queremos viver a nossa cultura de mãos dadas com a natureza e apenas reclamamos direitos básicos como protecção à velhice, educação, e pouco mais, e que nos permitam chegar à saúde através de melhores estradas, EN 219 e IC-5. Estas serviriam também para permitir o acesso de citadinos do litoral e dos centros da “civilização" que enfastiados e cansados de rotinas macerantes queiram apreciar e usufruir de quanto temos de bom, incluindo a hospitalidade e calor humano da população.
Deixamos bem claro através de deliberações unânimes da Câmara Municipal de Mogadouro, do Conselho de Administração da Associação de Municípios do Douro Superior e Assembleia Distrital de Bragança que não permitiremos a instalação de Centrais Nucleares no Distrito

Moraes Machado