Ter, 29/08/2006 - 15:19
Este ano, só concorreram animais dos concelhos do solar da raça e um produtor de Freixo de Espada à Cinta, tendo ficado de fora os animais dos grandes criadores de raça mirandesa alentejanos.
O grande vencedor do concurso recebeu o prémio com muito orgulho, dado que é um aficionado pelos bovinos de raça mirandesa.
Evaristo Martins dedica-se à criação de animais desde criança. Começou a ajudar o seu pai e, quando este decidiu abandonar a actividade, não hesitou em dar continuidade à criação de animais de raça mirandesa.
“Na altura andava a tirar um curso de formação de jovem agricultor e disse ao meu pai que ficava eu com os animais. Deixei a produção de cereal e meti um projecto para a criação de gado”, salientou o agricultor.
Apesar de ter começado com, apenas, oito animais, a exploração de Evaristo Martins conta, actualmente, com 17 vacas, 16 vitelos e 2 touros, todos de raça mirandesa.
O criador confessa que a criação de bovinos mirandeses não é tão rentável como a produção de animais de outras raças, mas confessa que não abandona esta espécie autóctone por dinheiro nenhum.
Prémios motivam criador
“Eu nasci numa família que sempre se dedicou à criação de gado de raça mirandesa e dedico-me a estes animais por gosto”, acrescentou o produtor.
Além disso, são os concursos que lhe dão incentivo para continuar a apostar nesta actividade.
“No primeiro ano que participei ganhei o primeiro prémio. Depois fui ao concurso distrital onde voltei a ganhar um primeiro prémio. Na altura foi uma viagem a França durante 15 dias, um prémio que gostei muito”, frisou Evaristo Martins.
Após vários anos a participar em concursos, o criador confessa que tem a casa repleta de troféus. No entanto, é a simples participação que lhe dá motivação para adquirir novos animais. “Ainda hoje comprei uma novilha para concorrer no próximo ano”, sustenta.
Quanto ao segredo para conseguir o melhor exemplar da raça, Evaristo Martins confessa que é preciso ter sorte. “Este touro comprei-o num leilão em Vimioso. Além de ser um animal bonito fisicamente, também é manso, o que é uma vantagem”, acrescentou o agricultor.
O vencedor do concurso nacional conta que, enquanto puder, vai continuar a trabalhar para manter o efectivo.
“As vacas não me dão muito trabalho. Como eu não gostava de ir com os animais para o pastoreio, fiz o estábulo dentro do lameiro e fui emparcelando à volta. Neste momento, tenho uma área de cerca de 14 hectares”, concluiu Evaristo Martins.