Ter, 29/08/2006 - 15:07
Ao protesto, agendado para o dia 5 do mesmo mês, seguir-se-á uma Assembleia Municipal extraordinária, aberta à população, que terá lugar no Parque Verde da cidade, um local com capacidade para acolher mais de 2 mil pessoas.
As medidas foram anunciadas, na passada sexta-feira, após uma reunião entre o presidente da Assembleia Municipal de Mirandela (AMM), José Manuel Pavão, o presidente da Câmara Municipal, José Silvano, e os representantes das comissões políticas oncelhias do PSD, CDS/PP, PS e CDU.
“Esta é a melhor forma de mostrar o nosso desagrado pelo que se está a passar, pela agressão à população desta região, a quem estão a ser reduzidas drasticamente as suas capacidades assistenciais”, afirmou José Manuel Pavão, o promotor do encontro de onde saíram as principais formas de luta.
A marcha lenta vai percorrer as principais artérias da cidade, dirigindo-se depois para o IP4, entre os nós de acesso Norte e Oeste. Tendo em conta que os organizadores do protesto pretendem mobilizar milhares de pessoas, a iniciativa poderá dificultar a circulação na via rápida durante algumas horas.
Profissionais de saúde preocupados
”A população de Mirandela e dos concelhos vizinhos vai aderir em massa a esta iniciativa, para dizer a todos os portugueses que esta decisão de fechar a maternidade é tremendamente injusta”, acrescentou o presidente da AMM.
Outras das tomadas de posição saiu duma reunião entre José Silvano e um grupo de profissionais do hospital de Mirandela, que se mostrou preocupado com o encerramento da maternidade. A eventual extinção de determinadas valências daquela unidade hospitalar foi outra das preocupações manifestadas no encontro, pelo que médicos, enfermeiros, pessoal administrativo e auxiliares não afastam a hipótese de convocar uma greve de uma hora. O objectivo é repudiar as linhas de orientação da administração do Centro Hospitalar do Nordeste Transmontano (CHNT), que já informou os directores de serviço que a maternidade de Mirandela vai encerrar no próximo dia 8 de Setembro. Isto, apesar de ainda não haver qualquer confirmação oficial da parte da tutela.
Da parte da autarquia, José Silvano ameaça recorrer aos tribunais, nomeadamente através duma providência cautelar, mas, antes disso, prefere aguardar por um relatório com as razões invocadas pelo MS para encerrar a maternidade.