MIRANDELA lidera a agricultura do Norte

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Ter, 17/10/2006 - 15:51


A Direcção Regional de Agricultura do Norte (DRAN), que resulta da fusão das direcções regional de Trás-os-Montes (DRATM) e Entre Douro e Minho, vai ficar sedeada em Mirandela.

A garantia é do ministro da Agricultura, Jaime Silva, que, em declarações ao Jornal Público, desfaz a incerteza quanto à localização deste serviço.
As razões apontadas pelo governante prendem-se com a “interioridade e com uma maior proximidade dos serviços ao Mundo Rural, aproveitando as instalações existentes”. No entanto, Jaime Silva acrescenta que apesar da sede ficar em Mirandela, “Braga continuará a ter um núcleo importante dos serviços agrícolas”.
O governante afirma, ainda, que estas mudanças não implicam a transferência de todos os funcionários para Trás-os-Montes, mas confirma uma redução de efectivos nos serviços que ficarão em Braga.
O director regional de agricultura de Trás-os-Montes, Carlos Guerra, afirma que esta decisão reconhece a importância da agricultura transmontana, que conta, actualmente, com cerca de 70 mil explorações, mais 10 mil do que do que a região minhota.
A instalação da DRAN em Mirandela traduz-se numa maior proximidade dos serviços aos homens da lavoura, dado que a coordenação e as intervenções políticas nesta área vão ser tomadas a partir da cidade do Tua.

Desenvolver o Interior

Carlos Guerra salienta, ainda, que as instituições são fundamentais para o desenvolvimento da região, desde que estejam bem organizadas, e salienta a qualidade dos técnicos que pertencem à actual DRATM e serão integrados na DRAN.
O presidente da Câmara Municipal de Mirandela, José Silvano, também vê com bons olhos a decisão do Governo, realçando que se trata de uma medida de discriminação positiva para o Interior do País de que não há memória.
“Nunca se tinha instalado uma instituição importante para toda a região Norte fora do Porto ou Braga. O Governo apostou, pela primeira vez, no desenvolvimento do Interior do País”, acrescentou o edil.
No que toca ao desenvolvimento da região, Carlos Guerra realça, ainda, que a criação da DRAN em Mirandela vai de encontro ao programa do Governo, que pretende apoiar a coesão interna, dando mais valias às regiões do Interior.
O responsável reconhece, ainda, que o encerramento dos serviços agrários em Trás-os-Montes causariam um impacto negativo superior, dado que a principal actividade económica da região é a agricultura.
Questionado sobre a possibilidade de dirigir a DRAN, Carlos Guerra afirma que “o importante são as instituições, não as pessoas”, acrescentando que a região deve aproveitar para desenvolver este sector numa região que vive, essencialmente, da agricultura.