Mirandela ganha tecnopólo

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Ter, 07/11/2006 - 10:27


Mirandela vai acolher um pólo tecnológico agro-alimentar que, dará apoio a todas as agro-indústrias, cooperativas e associações de agricultores da região.

O complexo, apresentado no passado sábado, vai funcionar na Quinta do Valongo, onde já estão reunidas as condições ao nível das infra-estruturas e laboratórios.
Este projecto, que começou a ser delineado há dois anos, resulta de uma parceria entre a Câmara Municipal de Mirandela (CMM) e o Ministério da Agricultura e Pescas, que cedeu o espaço para a implantação do tecnopólo.
Além disso, também foram estabelecidos protocolos com instituições de ensino superior, nomeadamente a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, o Instituto Politécnico de Bragança, a Universidade Católica e o Instituto Piaget, com vista à investigação.
No plano financeiro e capital de risco também foram estabelecidas parcerias com o Banco Santander, Finibanco e Banco Português de Negócios.
Segundo o presidente da CMM, José Silvano, o investimento previsto inicialmente rondava os 30 milhões de euros, um valor que diminuiu para 12, 5 milhões, dado que cerca de 70 por cento do montante era destinado a infra-estruturas e terrenos.
O investimento pode, ainda, ser reduzido com a integração do tecnopólo de Mirandela no Plano Tecnológico Nacional, o que garante a aprovação das candidaturas que forem apresentadas a partir do início do próximo ano.

Agro-alimentares sofrerão um rigoroso controlo de qualidade

O edil mirandelense sublinha que essa é a única garantia que falta, pelo que acredita que o complexo agro-alimentar deverá entrar em funcionamento em Junho do próximo ano.
O ministro da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas, Jaime Silva, realçou que este projecto é um exemplo para Trás-os-Montes, uma vez que conseguiu aproveitar um espaço que já existe e estabelecer uma série de parcerias públicas e privadas que vão ser o motor do tecnopólo.
A recolha, transformação, comercialização e investigação vão estar de mãos dadas neste projecto, que tem como principal objectivo adaptar os produtos agro-alimentares às necessidades e à procura dos consumidores.
A principal aposta vai ser a Biotecnologia, visto que todos os produtos vão ter um rótulo com as características organolépticas, para que sejam competitivos pela diferença.
Jaime Silva sublinhou que é preciso caminhar no sentido de deixar as mais valias da produção no sector primário, tornando a agricultura sustentável e acabando com a dependência de subsídios.
Por isso, os fundos comunitários vão passar a ser distribuídos com base na sustentabilidade da agricultura, pelo que os programas destinados ao Mundo Rural, como é o caso do Leader, vão ser aplicados, exclusivamente, nas regiões onde existe esta actividade.

A criação de tecnopólos noutros concelhos do distrito depende da dinâmica das autarquias, da agro-indústria e dos agricultores

Quanto à criação de pólos tecnológicos noutros concelhos do distrito, o governante afirmou que está dependente da dinâmica das autarquias, realçando que tecnopólos sem agro-indústria e sem agricultores “estão condenados ao fracasso”.
Com a criação do complexo tecnológico em Mirandela, o conceito de agricultura também vai sofrer alterações. “O técnico vai passar a ir junto do agricultor, não para saber o que ele produz, como acontecia até aqui, mas para o incentivar a produzir com qualidade”, realçou José Silvano.
Nesta primeira fase do projecto, os produtos abrangidos serão o azeite, os vinhos, os cogumelos e a alheira.