Miranda sem Carta Educativa

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Ter, 03/10/2006 - 14:58


Apesar da reestruturação da rede escolar estar em curso, o município de Miranda do Douro ainda não aprovou a Carta Educativa, que só no final do ano deverá ser apresentada em Assembleia Municipal.

Enquanto isso, e para dar resposta à nova realidade, os dois Agrupamentos Escolares do concelho Miranda do Douro avançaram com uma série de obras de adaptação nos estabelecimentos que, este ano, acolhem as dezenas de alunos deslocados das 10 escolas encerradas no município.
Neste ano lectivo, o 1º ciclo do Ensino Básico concentra-se na Escola EB 1 de Miranda do Douro, na EB 2 e EB1 de Sendim, bem como nas freguesias de Malhadas e Palaçoulo, onde as escolas resistem com 9 e 11 alunos, respectivamente.
Para dar uma ideia desta espécie de “revolução escolar”, o Jornal NORDESTE visitou alguns dos estabelecimentos de ensino que acolhem os alunos deslocados das aldeias, como é o caso da EB1 da sede de concelho.
Com o encerramento da antiga escola primária da cidade, os alunos transitaram para o ex-Ciclo Preparatório, que foi intervencionado para receber as dezenas de crianças.
As adaptações efectuaram-se num curto espaço de tempo e prosseguem nalguns estabelecimentos, “pois há muitas arestas a limar para que tudo esteja em condições”, salientou o presidente da Comissão Instaladora do Agrupamento de Escolas de Miranda do Douro, António Santos.
As questões de segurança com os alunos do 1º Ciclo são consideradas fundamentais. “Temos sempre auxiliares a receberem e vigiarem as crianças logo à entrada da escola e, no caso de Miranda do Douro, há mesmo professores de apoio que colaboram nestas tarefas”, explicou o responsável.

O caso de Sendim

Para responder ao prolongamento de horário, houve que pensar na ocupação integral dos tempos escolares, pois há alunos que chegam à escola às 9 horas e só regressam a casa às 18. “Temos assegurado actividades alternativas em caso da falta de um professor e está sempre um docente disponível para acompanhar os alunos”, garantiu António Santos.
À hora de almoço a situação também exige cuidados redobrados, pois são 200 as crianças do 1º Ciclo que utilizam o refeitório do antigo ciclo.
Já a EB 2 de Sendim debate-se com a falta de auxiliares de acção educativa, uma preocupação já colocada à Câmara Municipal de Miranda do Douro (CMMD), que remeteu o assunto para a Associação Nacional de Municípios.
No que toca aos estabelecimentos de todo o concelho, o vereador do pelouro da Educação da CMMD, António Carção, assegura que a autarquia tem vindo a dar especial atenção aos alunos com deficiência física. “As barreiras arquitectónicas vão ser eliminadas para que estes alunos tenham acesso as todas as áreas escolares”, explicou o autarca, acrescentando que a edilidade será rigorosa em matéria de segurança nos transportes escolares, da responsabilidade empresa concessionária.