class="html not-front not-logged-in one-sidebar sidebar-second page-node page-node- page-node-163449 node-type-noticia">

            

Maternidade ou sala de partos?

Ter, 21/03/2006 - 16:09


Está decidido! Os partos vão deixar de ser feitos num dos dois hospitais do distrito de Bragança que, actualmente, contam com uma maternidade.

Resta saber se o hospital na lista negra é o de Bragança ou de Mirandela, pois o ministro da Saúde, Correia de Campos, já deixou claro que a decisão é para pôr em prática durante o próximo ano.
Clarificada fica, também, a posição do líder da Federação Distrital do PS, Mota Andrade, que garantiu que o distrito não vai perder nenhuma das duas maternidades. Na verdade, o que está em risco não são as maternidades, mas as salas de partos, termo agora adoptado pelo ministro da Saúde para tentar amaciar o choque que representa a extinção deste serviço em Bragança ou Mirandela.
Transformando o jogo de palavras em factos, o Governo assume que uma das salas de partos vai encerrar no distrito de Bragança, mas garante a continuidade das duas maternidades. Ou seja, os partos acabam, mas as mães e os bebés continuarão a receber cuidados na maternidade da sua área de residência. Mais simples ainda: suponhamos que a sala de partos de Bragança é extinta, mas a maternidade mantém-se. As parturientes dão à luz em Mirandela, mas pouco depois podem regressar a Bragança e à sua maternidade, para repouso no período pós-parto. Será esta a estratégia de Correia de Campos? Claro que não, para bem da mãe e do bebé. É impensável transformar o IP4 numa via verde para alcofas só porque quem decide esqueceu-se que a dimensão e a rede de estradas do distrito não se compadece com o encerramento duma única sala de partos, seja lá qual for.
Fechar este serviço em Bragança ou em Mirandela não é a mesma coisa do que fazê-lo em Santo Tirso ou Barcelos, que as auto-estradas colocaram a 20 e 15 minutos de Braga, respectivamente.
Por cá, as distâncias entre a maioria dos municípios e os hospitais do eixo do IP4 medem-se em 60 minutos, no mínimo, ao passo que para chegar de Bragança a Mirandela em meia hora é preciso ignorar muitos radares da BT. Esta é que é a realidade. O resto são jogos de palavras.