Matadouro transformado em empresa municipal

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Ter, 03/10/2006 - 15:15


A Câmara Municipal de Bragança (CMB) viu o seu direito de preferência sobre a empresa Terra Fria Carnes, Lda. ser aprovado, por unanimidade, na Assembleia Municipal (AM) que teve lugar na passada sexta-feira.

Após os resultados líquidos negativos, a autarquia avançou com o pedido de exercício de direito de preferência para transformar a sociedade que gere o matadouro de Bragança em empresa municipal. Posteriormente, a edilidade coloca a hipótese de vender em hasta pública grande parte do capital social da empresa, de forma a assegurar uma gestão privada que rentabilize o equipamento. “Queremos encontrar uma estratégia afirmativa para esta unidade industrial”, referiu o presidente da CMB, Jorge Nunes.
Apesar da possível venda em hasta pública, o edil garante que a autarquia continuará a decidir o destino da sociedade. “A Câmara não perderia o direito de controlar as decisões estratégicas da empresa”, assegura Jorge Nunes.
Com a alienação da maioria do capital social pretende-se que “a unidade disponha de uma gestão privada capaz de assegurar a sustentabilidade da empresa”, explicou Jorge Nunes.
Com uma dívida que ronda os 400 mil euros, o autarca sublinhou que a Terra Fria Carnes, Lda. é viável e tem cumprido um papel de serviço público, de forma a ajudar o sector primário. “Não é nada de grave e pode ser facilmente ultrapassada”, referiu o edil.
Esta questão foi contestada pela oposição, que referiu que os privados irão beneficiar com capitais públicos. “Somos contra a venda em hasta pública porque os dinheiros públicos não podem servir para enriquecer os privados”, referiu Lídio Correia, deputado municipal da CDU. No entanto, defende a parceria da autarquia neste projecto, ainda que como sócio minoritário. “A CMB tem o dever de salvaguardar os interesses dos agricultores e comerciantes”, sustentou Lídio Correia.
Também Luís Vale, do BE, ressalva que a solução não passa por esta proposta, alegando que “os problemas não se resolvem através da injecção de capitais”.

Empreendimento turístico em Rebordaínhos

O reconhecimento de interesse público do empreendimento turístico da Quinta de Arufe, em Rebordaínhos, no concelho de Bragança, foi outro dos temas abordados na AM.
Este projecto, sob a alçada do Banco Português de Negócios, da CMB e da GEOSIL, prevê a remodelação de um solar quinhentista e dos edifícios contíguos, para restaurante, clube de saúde e outras valências de apoio às 19 unidades de alojamento que serão construídas.
Trata-se de um empreendimento que, segundo o autarca, vai levar à “implementação de Bragança como destino turístico”. Assim, este projecto representa, na óptica da edilidade, uma mais valia, devido aos empregos que criará, bem como à animação económica daí resultante.
Recorde-se que a Quinta de Arufe está integrada na Rede Natura e, por isso, deve ter o reconhecimento de interesse público.