Madeira de Vinhais valorizada

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Ter, 25/10/2005 - 15:07


A rentabilização das espécies florestais da zona de Vinhais e concelhos limítrofes é o principal objectivo da empresa de transformação de madeiras Ecolignum- Madeiras Nobres de Vinhais, Lda.

A primeira pedra desta serração industrial foi lançada no passado sábado, pelo secretário de Estado do Desenvolvimento Rural e das Florestas, Rui Nobre Gonçalves.
De acordo com o responsável pelo projecto, Francisco Bernardes, esta unidade industrial, que vai apostar na transformação dos toros através de equipamento tecnológico actualizado, deverá começar a laborar dentro de um ano.
A par da transformação, a serração industrial também vai ter capacidade para classificar e fazer o rastreio da madeira, com vista à certificação dos produtos elaborados com madeiras da região de Vinhais.

Madeira certificada

Esta unidade pretende, sobretudo, valorizar a madeira da região, contrariando, assim, o actual modelo de comercialização. Recorde-se que, até à data, as árvores são cortadas e vendidas para o litoral para serem tratadas e transformadas em madeira, pois as pequenas serrações do concelho de Vinhais não têm capacidade nem equipamento adequado para retirar mais valias dos toros cortados na região.
Para inverter esta situação, a Ecolignum vai apostar na selecção prévia de cada toro que, posteriormente, será encaminhado para unidades de transformação de folha de madeira, peças para mobiliário, peças para a construção civil, lenhas e briquetes.
Neste processo, a qualidade das madeiras também vai ser garantida, através do armazenamento e transporte adequados.
Numa fase inicial, esta serração, de dimensão regional, vai apostar na comercialização nacional. Contudo, Francisco Bernardes admite, a longo prazo, alargar as vendas para o estrangeiro.

Árvores autóctones valorizadas

Tal como Jornal NORDESTE já noticiou, a Ecolignum vai nascer na zona industrial de Vinhais e vai abranger uma área total de 7.940 metros quadrados.
A Ecolignum - Madeira Nobres de Vinhais, Lda. é uma sociedade por quotas com um capital social de 50 mil euros. Entre os 50 sócios que compõe esta unidade industrial destacam-se 37 freguesias e duas comissões de baldios da região, 10 particulares (madeireiros e carpinteiros), a Câmara Municipal de Vinhais, a Arbórea e o Instituto Politécnico de Bragança.
Importa salientar, ainda, que o concelho de Vinhais é composto por cerca de 17 mil hectares de floresta, onde se encontram diversas árvores autóctones. Entre as espécies florestais que vão ser transformadas destacam-se o carvalho negral, o castanheiro, o pinheiro bravo, o sobreiro, o amieiro, o freixo e a azinheira.
Dadas as potencialidades, a unidade industrial vai utilizar matérias-primas da zona de Vinhais e dos concelhos limítrofes, incluindo a vizinha Espanha.