Luísa Genésio explicita dimensão romântica da paisagem transmontana

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Ter, 07/11/2006 - 10:43


A arquitecta paisagista Luísa Genésio encerrou, na última sexta, e da melhor forma, o ciclo de conferências sobre a peça Por detrás dos Montes, que tem estreia marcada para o próximo sábado. O assunto concentrou-se, essencialmente, nas transcendentes paisagens românticas que guardam o Nordeste.

Muito metódica na sua exposição, a oradora conjugou a sua eloquência com magníficas paisagens do selvagem mundo nordestino. Um discurso abstracto sobre a dicotomia romantismo / paisagem transmontana, colocando no centro do processo criativo da dimensão romântico-cultural o auditório, que se deparou com a infinita paisagem nordestina. Tal como asseriu a arquitecta “não há olhar inocente sobre a paisagem – o que vemos é outra coisa, que aí não está – só vemos o que nos interessa”. Uma conferência sobre uma educação estética, visando o quadro romântico por detrás os montes, porém sempre subjectiva.
A conferencista passou inúmeros slides com imagens admiráveis do Nordeste selvagem, inóspito, mítico, obscuro, sombrio, de ruínas, agreste, colocando-nos na busca do inacessível, “de um mar de pedras”, quase sempre no Parque Natural de Montesinho.
O encontro romântico com a paisagem transmontana ocorreu em total clima de interacção entre a oradora e o público, o que demonstra a aprendizagem significativa de todos os que mergulharam no espaço diacrónico nordestino.
Em suma, testemunhos românticos sobre um Nordeste infinito que choraram a sublimidade da sua autenticidade.