Linha do Tua em livro

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Ter, 16/01/2007 - 11:18


O contraste entre o passado e o presente do caminho-de-ferro, que serviu a população do Nordeste Transmontano durante um século, foi enaltecido na obra “100 anos da Linha do Tua”, da autoria de Luís Ferreira (texto) e Luís Canotilho (fotografia).

Durante a apresentação do livro, que decorreu no passado sábado, no Fórum Theatrum de Bragança, Luís Ferreira realçou que a obra pretende ser um “repositório histórico” sobre o caminho-de-ferro que, outrora, trouxe desenvolvimento para a região.
Tal somo é realçado no livro, o progresso que trouxe o comboio até Bragança acabou por contribuir, mais tarde, para a partida da última locomotora sem regresso.
Luís Ferreira apresenta uma visão saudosista da Linha do Tua, realçando que poderia continuar a servir a população numa perspectiva turística.
Luís Canotilho também defende que o património ferroviário deve ser recuperado, visto que faz parte da história da região.
No que toca ao encerramento da linha, o autor das fotos afirma que se trata de um processo natural, uma vez que as coisas nascem, crescem e morrem. “Compreendo que em termos económicos é inviável manter uma linha que não é rentável mas cabe aos políticos recuperar o património que restou do caminho-de-ferro”, acrescentou o docente.

Livro reúne imagens únicas da Linha do Tua, que são documentos históricos do património ferroviário

O livro “100 anos da Linha do Tua” pretende, igualmente, homenagear aquilo que foi “a maior epopeia feita em Trás-os-.Montes”, bem como o esforço dos homens que lutaram para que o caminho-de-ferro chegasse a Bragança.
“Todo o esforço titânico daqueles homens que, muitas vezes, estavam um dia inteiro pendurados numas cordas a destruir rochas tinha que ser homenageado, tal como Abílio Beça, o único politico que representou Bragança em Lisboa e defendeu Bragança até á sua morte na estação de comboio de Salsas”, salientou Luís Canotilho.
Os trabalhos fotográficos remontam a 1978, altura em que o autor palmilhou a linha do Tua a pé e captou imagens únicas da linha. “ São trabalhos que, por incrível que pareça, são as únicas imagens existentes de algumas estações que foram destruídas. Nem a estação museológica da CP tinha fotografias antigas da Linha do Tua, acrescentou o responsável.
As imagens captadas pela objectiva de Luís Canotilho estão acompanhadas dos relatos de Luís Ferreira, que assinalam as diferentes transformações que ocorreram na linha.