Lhéngua, Tierra, Giente i Futebol

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Qua, 03/01/2007 - 11:36


L Clube Çportibo Mirandés fai de las tripas coraçon para subertir la falta de ajudas de l’outarquie i las falhas de la cidade ne l que toca als eiquipamientos çportibos.

Nua region adonde la lhenguística i ls bielhos questumes son la cápia de apersentaçon, l stado atual de la bola bai contra la rica stória de l clube, que yá andubo pula III Debison Nacional.

Eis um pedaço de história do Clube Desportivo Mirandês (CDM), contado naquela que é a segunda língua oficial portuguesa.
Em português, dir-se-ia que os dirigentes do CDM fazem das tripas coração para ultrapassar a falta de apoios da autarquia e as falhas da cidade ao nível de equipamentos desportivos. Numa região onde a linguística e os velhos costumes são a capa de apresentação, o estado actual do futebol contraria o rico historial do clube, que já militou na III Divisão Nacional.
Na verdade, o futebol mirandês atravessa uma crise existencialista e, para sair dela, os dirigentes contam com os sacrifícios dos atletas, aguardando, ao mesmo tempo, novas políticas desportivas da autarquia, que este ano diminuiu o subsídio em 7.000 euros.
Os dirigentes Domingos Igreja e Pedro Gil responsabilizam a edilidade pelo actual estado de abandono do clube, ao mesmo tempo que deixam um pedido de Natal: “Ajudem-nos mais um pouco, pois estes atletas merecem melhores condições, melhores balneários, melhor campo de jogo”.
O vice-presidente, Pedro Gil, não tem dúvidas: “devemos ser a única cidade do país que tem um pelado para a prática do futebol, mas não admira já que nem um pavilhão temos para treinar”.
Mesmo assim, os jogadores não desistem, dignificando a terra por uns simbólicos 20 ou 25 euros/mês.
Política à parte, a verdade é que o CDM termina o ano em crescendo de forma, prometendo muito para a segunda volta do Campeonato Distrital da A.F. Bragança.
No seu currículo, o Mirandês leva já três temporadas na 3.ª Divisão Nacional, a última das quais em 1998/99. Mas o desfecho é o mesmo de sempre, isto é, a posterior disforia da descida.
Para a estação desportiva de 2007/08, o clube apresenta-se com um plantel de dezoito jogadores e doze elementos directivos, com a grande novidade de alinharem sem escalões de formação, que, por seu turno, estão sob alçada da Câmara de Miranda do Douro. “Mas, para o ano volta tudo à estaca zero, pois os infantis e iniciados serão aposta do clube”, revela Domingos Igreja.

Não fosse o mau início no campeonato, o CDM estaria nos primeiros lugares, agora que está numa série de vitórias que nunca mais acabam

Não fosse o mau início no campeonato, pois caminhou algumas jornadas na cauda da classificação, o CDM estaria, seguramente, nos primeiros lugares, agora que está numa série de vitórias que nunca mais acabam. Os dirigentes culpabilizam a arbitragem pelo 3.º lugar ocupado na tabela classificativa, já que “em pelo menos cinco jogos, os trios de arbitragem não nos deixaram pontuar”, relembra Domingos Igreja.
A média de idades ronda os 26 anos e para isso muito contribui o quarentão Tino (o “Velho”), que, diga-se, continua em plena forma. De tal modo que veterania e juventude caminham harmoniosamente pelos campos do distrital bragançano.
Em traços gerais, este Mirandês está vocacionado para acabar com a indiferença das gentes de Miranda no que concerne ao futebol distrital e não deixar morrer o desporto na região. Elevar o nome da cidade de Miranda do Douro, proporcionar lazer e formar atletas civicamente e desportivamente são outras das metas, no âmbito duma política desportiva assente na prata da casa e regrada pelos direitos e deveres de cada “funcionário” do clube.
No que respeita a ambições desportivas, o Mirandês quer fixar-se entre os três primeiros. Para isso só querem “que os juízes de arbitragem sejam justos, imparciais, isentos, o resto é connosco”, apelam os responsáveis.
Quanto aos adversários, o F.C. Morais ficou na retina, pela positiva, destes dois dirigentes. “Jogam à bola e deixam jogar, proporcionando um jogo rasgadinho”, consideram.
Em suma, estamos perante um clube algo divorciado da sua terra, mas a mística é a de sempre. Por isso, que se cuidem os próximos adversários, pois a saga vitoriosa, ao que parece, está para durar.