Ter, 21/11/2006 - 10:13
Tal como aconteceu na 2ª fase deste programa, a maioria dos projectos que obtiveram financiamento vão-se desenrolar litoral do País, sendo o Porto o distrito onde foram aprovadas mais candidaturas, num total de 22.
Numa região onde há um grande número de jovens oriundos de meios desfavorecidos, o presidente da Associação Cultural e Recreativa de Vila Boa, Luís Vale, lamenta o facto do programa acentuar as assimetrias entre o interior e litoral.
Apesar da 3ª fase do Escolhas aprovar o projecto de Mirandela, o primeiro no Nordeste Transmontano, Luís Vale afirma que é muito pouco, tendo em conta que é o litoral que absorve a maior parte do financiamento.
Esta posição é partilhada pelo delegado de Bragança do IPJ, Vítor Pereira, que considera “inadmissível” o facto de ter sido aprovada, apenas, uma candidatura. “Esta é uma forma de discriminação do interior do País, acrescenta o responsável.
No caso de Vila Boa, o projecto, designado ‘Crescer a Aprender’ visava a ocupação dos tempos livres com actividades pedagógicas das crianças e jovens daquela freguesia e das aldeias vizinhas de Ousilhão e Nunes, no concelho de Vinhais.
“Sem apoio é impossível darmos continuidade a esta iniciativa”, lamenta Luís Vale.
Projectos de apoio a crianças e jovens oriundos de meios desfavorecidos voltaram a ficar na gaveta
“ De Mãos Dadas” é o nome do projecto candidatado pelo Centro Social e Paroquial Santo Condestável (CSPSC), que também ficou de fora apesar da sua forte componente de inclusão social, tanto dos jovens, como das famílias imigrantes.
O director técnico do CSPSC, Pedro Guerra, afirma que é a segunda vez que a instituição apresenta uma candidatura ao Programa Escolhas sem sucesso.
Bragança viu reprovado, igualmente, o projecto “LUDICENTRO”, que envolvia sete instituições da cidade. Trata-se de uma iniciativa que apresentava como um centro lúdico-pedagógico, para dar resposta às questões sócio-educativas e ocupação de tempos livres.
Embora fosse reconhecido valor às candidaturas, a falta de orçamento foi a justificação dada às entidades promotoras para justificar a não aprovação.
O Jornal NORDESTE contactou os responsáveis do Programa Escolhas para tentar saber o número de candidaturas apresentadas no distrito de Bragança, mas, até ao fecho desta edição, não foi possível obter qualquer resposta.