Qua, 03/05/2006 - 15:20
O fim do Serviço Efectivo Normal (SEN) levou uma grande percentagem dos jovens do distrito de Bragança a afastarem-se da vida militar, uma situação que tem vindo a ser contrariada com a entrada em funcionamento do GAP.
Segundo o capitão Paulo Rodrigues, um dos responsáveis por aquele gabinete, os números são satisfatórios, dado que, para além das candidaturas já registadas, também há muitos jovens a procurar o gabinete do Exército para obterem informações sobre o leque de ofertas das Forças Armadas.
“A maioria dos candidatos procura um emprego. Hoje em dia ser militar com contrato em regime de voluntariado é um emprego como outro qualquer”, acrescentou o responsável.
Entre as diversas áreas de formação disponibilizadas pelo Exército, os jovens procuram profissões que, posteriormente, são reconhecidas na vida civil. A mecânica de viaturas, a operação em centrais telefónicas, o socorrismo, bem como o secretariado e a cozinha são as artes mais procuradas por quem aspira a ser militar.
Número de mulheres aumenta
No entanto, também há voluntários que deixam a vida civil para alcançarem uma formação superior, candidatando-se à Academia Militar.
“Há muitos jovens que querem continuar a estudar e não têm oportunidade, pelo que procuram a tropa, onde, para além de auferirem um vencimento mensal, podem continuar os estudos”, realçou o capitão.
Actualmente, o número de mulheres a ingressar no Exército também tem vindo a aumentar. Depois da desmistificação da teoria de que a tropa é só para os homens, são muitos os elementos do sexo feminino a vestir a farda.
Segundo o capitão Paulo Rodrigues, no distrito de Bragança, cerca de 30 por cento dos candidatos são mulheres.
“A maioria delas procura uma oportunidade de emprego, dado que o mercado de trabalho está cada vez mais saturado. Depois também há aquela curiosidade de vestir a farda e experimentar a recruta”, salientou o responsável.
Informação militar mais perto
As regalias proporcionadas pelo Exército, nomeadamente no plano financeiro, são o principal atractivo para quem escolhe uma carreira militar.
Contudo, também há jovens a ingressar nas Forças Armadas pelo gosto militar e pela aventura. “Temos candidatos que apostam nas tropas especiais com o objectivo de fazerem uma missão no estrangeiro. Esta é uma oportunidade única para entrarem em contacto com outras realidades e com uma cultura completamente diferente”, destacou o capitão.
Com a aproximação dos serviços do Exército dos jovens, o número de candidatos do Nordeste Transmontano tem vindo a aumentar, uma vez que, antes, o gabinete mais próximo estava situado em Vila Real.
Para além do atendimento àqueles que escolhem uma carreira militar, o GAP também presta um serviço de proximidade no âmbito das obrigações militares.
Após a extinção do SEN, todos os jovens do sexo masculino, quando completam 18 anos são obrigados a fazer o recenseamento militar, bem como participar no dia da Defesa Nacional, onde passam um dia numa unidade militar para assistirem às diversas actividades praticadas no seio das Forças Armadas.