João Domingues é o Campeão

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Ter, 20/09/2005 - 16:02


A cidade de Bragança está mais rica no aspecto desportivo. João Domingues acaba de se consagrar campeão nacional de autocross ao volante do seu Ford Focus RS, na última prova do campeonato nacional, disputada em Vila Nova de Foz Côa, no passado fim-de-semana.

O Jornal NORDESTE acompanhou a competição e conta como tudo aconteceu.
Centenas de pessoas da cidade de Bragança deslocaram-se à jovem cidade de Vila Nova de Foz Côa e marcaram presença, entoando a todo o momento os seus gritos de “guerra” o nome de João Domingues (Joca) durante dois dias. Nas várias provas que foi necessário disputar para se poder consagrar campeão nacional, o piloto teve sempre um comportamento digno de nota e da cidade que representa.
A logística no final de cada prova era importante e aí estava um batalhão de pessoas pronto a ajudar na manutenção do carro, para que nada faltasse ao piloto na hora de partir para a próxima largada. Já com o carro lavado, peças e rodas substituídas, arrefecendo o carro para que da próxima prestação (Joca) não tivesse nenhum transtorno na prova. Todo este trabalho era feito e vigiado de perto pelo pai e manager do campeão, Germano Domingues, com cânticos de alegria das muitas pessoas presentes.
Não faltou nada à festa, nem mesmo a muita juventude amante deste desporto, que disseram presente.
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A consagração de um Campeão

João Domingues estava satisfeito com o final do campeonato e foi dizendo como decorreu esta época. “Foi um campeonato muito competitivo, com os participantes bem apetrechados com grandes máquinas que debitam os 400 - 450 cavalos de potência. Teve que se por tudo à prova, com muita antecedência e estratégia bem pensada para poder lutar pelo título”, explicou.
Em relação à manutenção do carro durante o campeonato, João Domingues referiu: “a equipa Auto-Rujo Brig-Racing é a responsável por toda a manutenção do automóvel antes e durante as provas. Os meus mecânicos e funcionários dão tudo por tudo, com noites e fins-de-semana para tentar por o carro o melhor possível. Na óiptica do campeão, o trabalho em equipa é uma parte fundamental. “Tem que estar sempre a rondar os 100 por cento. À mínima falha, pode-se deitar tudo por terra, gorar todas as expectativas que no final do campeonato podem fazer falta”, recorda.
No que respeita ao último dia de prova, João Domingues foi peremptório. “Houve uns contratempos durante a prova, mas, estava tudo previamente estudado. A intenção era conquistar o campeonato e eu tinha que fazer duas mangas para o conseguir. Assim, fiz duas mangas com muita cautela e, depois, de ter conquistado o campeonato dei tudo por tudo para tentar vencer a prova”.
Quanto à recta final, acrescentou: “Na prova final larguei bem e fui para a frente, mas, a duas voltas do fim, senti problemas no turbo do carro, a pressão foi caindo e perdi rendimento, o que originou a perda de vários lugares obtendo, o 4º lugar nesta prova”.

Bragança em peso

Na hora da vitória, o campeão não esquece o apoio dos bragançanos. “Bragança movimentou-se em massa para vir até Foz Côa apoiar-me, o que eu agradeço desde já, porque foi fundamental para o meu êxito”, referiu o piloto campeão, contente por trazer para a cidade um título que ainda faltava.
Em relação ao futuro como piloto, João Domingues foi dizendo: “para o ano vou tentar fazer o Campeonato Nacional de Autocross e o de Rallycross em simultâneo. Depois, vou optar por um, talvez aquele em que me sinta mais à vontade, mas ainda é muito cedo para falar sobre isso”, afirma.
Na parte que diz respeito aos patrocínios, o piloto referiu: “os patrocínios são talvez a parte fundamental nestas provas. Sem eles não seria possível competir, pois são provas muito dispendiosas, o empate de capital é bastante avultado e, se não houver patrocinadores, torna-se complicado”.
Nas zonas do litoral, recorda o bragançano, é tudo mais fácil. “Os meus adversários têm a vida mais facilitada, porque há indústria e os patrocínios são mais fáceis de adquirir. Aqui é bem diferente; conto com os meus (Auto-Rujo/Brig-Racing) e outros que ajudam na medida do possível, mas gostaria de ter mais patrocínios, mesmo a nível institucional para poder ter outros sonhos”.

Como se faz um campeão

Germano Domingues, o grande impulsionador da equipa, ao ser instado sobre a vitória, desabafou com um brilhozinho nos olhos. “Esta última prova do campeonato nacional, foi uma prova muito bem disputada, onde nós fizemos o que estava previsto”.
Quanto às mangas de Foz Côa, “fizemos o 4º lugar e somos campeões, ficando o 2º classificado a 31 pontos de nós”, salientou o responsável.
Germano Domingues relembra que o tema bragançano está na divisão mais forte, que é a divisão rainha, e isso acarreta muitas despesas. “É preciso transformar muitas vezes o carro para explorá-lo ao máximo, leva a despesas grandes e inclusivamente a viagens. Em Fevereiro, por exemplo, tivemos que ir a Inglaterra buscar uma caixa de velocidades para dar maior potência ao carro e poder de arranque”, revela.
As responsabilidades agora são maiores para o campeão, de modo que o manager deixa uma alerta. “O poder político verá com outros olhos os apoios a dar a esta modalidade desportiva, devido ao prémio que conseguimos alcançar” rematou o empresário.
Vila Nova de Foz Côa, que tem uma pista de Autocross com todas as condições, é bem a demonstração de como se desenvolve uma cidade, dando espaço a outras actividades desportivas.
A direcção do Foz Côa Automóvel Clube é o grande responsável por este evento a nível da organização do Campeonato Nacional Autocross das Vindimas.
Recorde-se que Montalegre, já neste fim-de-semana, seguido de Lousada, são as provas que se seguem para que um novo troféu possa vir para a cidade de Bragança, mas na prova de Rallycross.
O povo bragançano também vai estar presente em terras de Barroso e, para já, são às centenas os que querem deslocar-se a Lisboa, mais propriamente ao Casino Estoril, onde vai decorrer uma Gala para a entrega de prémios aos Campeões Nacionais de Autocross. João Domingues vai estar lá, numa noite memorável.