Jiu-Jitsu brasileiro a modalidade que está a conquistar os brigantinos

PUB.

Qua, 19/02/2020 - 15:18


Seis medalhas em duas competições é o resultado de pouco mais de um ano de trabalho dos atletas de Jiu-Jitsu brasileiro do Studio 83 Martial Arts de Bragança. A modalidade está a ganhar adeptos.

A academia de Jiu-Jitsu brasileiro abriu portas em Janeiro de 2019 e conta com cerca de 30 atletas, sendo que o mais novo tem quatro anos e o mais velho pouco mais de 50.

O projecto é de Pedro Ferreira, instrutor da modalidade, e do professor Ricardo Tavares. Pedro foi atleta de alta competição em Angola, onde esteve 15 anos, e foi lá que desenvolveu a prática deste desporto. Natural de Bragança decidiu investir na terra natal e apostar no desenvolvimento do Jiu-Jitsu no nordeste transmontano com a abertura do Studio 83 Martial Arts.

“Com o regresso às origens tive esta ideia de criar um espaço para divulgar o Jiu-Jitsu. Trouxe esta arte marcial e um dos meus mestres para me ajudar, o Ricardo”, contou Pedro Ferreira.

Mas afinal o que é o Jiu-Jitsu brasileiro? A origem da modalidade é japonesa e foi desenvolvida no Brasil pela família Gracie. Trata-se de uma arte marcial que incluiu a defesa pessoal, que tem como objectivo imobilizar a acção do adversário.

O Jiu-Jitsu Brasileiro é uma arte marcial que herdou do Jiu-Jitsu original o método da alavancagem e do desequilíbrio dos adversários, usando a força dos oponentes contra eles próprios, apresentando lutas vigorosas no chão.

No Studio 83 trabalha-se a vertente competitiva da defesa pessoal. São já 30 os atletas e a tendência é para aumentar, apesar de a modalidade estar a dar os primeiros passos em Bragança. “Aqui as pessoas não estão familiarizadas com este desporto. Começa-se a falar mas as pessoas desconhecem. Já em outras localidades e outros países é um desporto bastante praticado”, destacou.

Na preparação dos atletas, Pedro Ferreira conta com Ricardo Tavares. O professor brasileiro já trabalhou nos Emirados Árabes Unidos, em Abu Dhabi, onde leccionava a modalidade nas escolas e treinava as forças armadas. Em 2016 foi para Angola onde conheceu Pedro Ferreira.

Em Bragança, os dois amigos apostam no desenvolvimento do Jiu-Jitsu, mas a tarefa não é fácil. “Esta é uma realidade completamente diferente. No Brasil, por exemplo, toda a gente gosta desta modalidade. Aqui, em Portugal, temos que explicar que não há murros nem pontapés. É mais uma defesa pessoal que podemos usar na vertente desportiva”, explicou acrescentando que no sul do país já há bastantes atletas.

Ricardo Tavares há 26 anos que pratica Jiu-Jitsu Brasileiro e garante que não há desporto mais completo. Para o instrutor é mesmo “um estilo de vida”. “Além de cuidar do corpo cuida da mente. O Jiu-Jitsu queima em média 12 calorias por minuto e, por isso, é importante ter uma alimentação equilibrada”.

Ricardo garantiu ainda que não há limites de idades para praticar este desporto e que nunca é tarde para começar. “Eu tenho um aluno que está nos EUA e começou aos 60 anos e agora tem 68 e é faixa castanha”, contou.

E foi Ricardo Tavares que preparou Rodrigo Genésio Versos para o Campeonato da Europa de Jiu-Jitsu. O atleta brigantino, de 15 anos, conquistou medalha de ouro em juvenis, no passado dia 25 de Janeiro, em Odivelas.

 

“Estava bastante nervoso”

Rodrigo Versos iniciou-se na modalidade há nove meses e por acaso. “Fui experimentar e acabei por gostar”, disse o campeão europeu.

O Europeu marcou a estreia de Rodrigo em competição e foi um autêntico teste de fogo para o jovem atleta. “Estava bastante nervoso. Fiz duas lutas. Os adversários, um português e o outro italiano, não eram muito complicados e estava bem preparado”, lembrou.

Rodrigo confessou que “a preparação foi dura “ para conseguir chegar ao título. O brigantino treina diariamente, sendo que às terças e quintas-feiras o treino dura mesmo duas horas.

No Campeonato da Europa, Rodrigo contou com a companhia do pai, Rodrigo Versos, que também competiu e arrecadou medalha de bronze. Agora o foco está já Campeonato Espanhol no próximo mês de Março.

Já em Novembro do ano passado, o Studio 83 competiu na Taça de Jiu-Jitsu brasileiro, no Pinhal Novo, com quatro atletas. Tânia Soares, Beatriz Padrão, Pedro Brandão e António Crisóstomo conseguiram um total de cinco medalhas, uma de ouro, uma de prata e três de bronze.

 

 

Jornalista: 
Susana Madureira