IPB comemora 23 anos

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Ter, 31/01/2006 - 15:43


O Instituto Politécnico de Bragança (IPB) comemorou, no passado sábado, 23 anos de existência. O presidente da instituição, Dionísio Gonçalves, prestes a deixar o cargo, presidiu à cerimónia que contou com a presença do presidente da Câmara Municipal de Bragança, Jorge Nunes, de Emídio Gomes, docente no Instituto de Ciências Abel Salazar (ICAS), e do presidente da Associação Académica, Pedro Alves.

Para o presidente do IPB, esta data significa mais de duas décadas de luta constante de afirmação no contexto nacional e internacional, sem deixar de lado a esperança da instituição se transformar em Universidade. Este passo, para o responsável, significaria, “ uma acreditação maior, tanto para o IPB, como para os docentes que, dessa maneira teriam uma perspectiva superior de carreira”.
Com 5300 alunos, a instituição conta com 430 professores, dos quais 100 serão, brevemente, doutorados. No entanto, o projecto visa atingir a meta dos 186 doutores, número “mais do que suficiente para pedir a transformação do IPB em Universidade”, afirma Dionísio Gonçalves. Na óptica do catedrático, há muitas universidades que não possuem este rácio de doutores/aluno, ao passo que o IPB ultrapassa os politécnicos nacionais nesta matéria. “Esta barreira é uma marca importante no ensino que significa credibilidade”, adianta o presidente do IPB.

“Auto-estrada digital para Bragança”

A cerimónia contou, ainda, com a participação de Emídio Gomes, docente no ICAS, que abordou o tema “As empresas como centros de criação de riqueza numa sociedade moderna”.
O orador criticou a Administração Central, que classificou de deficiente, uma vez que “olha para os territórios de uma forma disforme e, em consequência disso, produz e induz más políticas públicas”. Bragança, assim como outros distritos, são desfavorecidos com a visão centralista da Administração Central, cujo modelo organizativo é débil.
Por isso, ter-se-ão que inverter estas tendências, que não são capazes de aplicar políticas de desenvolvimento no território e aproveitar as ajudas comunitárias, de modo a estimular a produção nas diversas regiões.
Emídio Gomes realçou a importância da construção da A4 para o distrito. Contudo, salientou a ligação de Bragança a uma auto-estrada digital, com a maior e melhor velocidade em fibra óptica, como um facto imperativo e essencial. “É uma condição obrigatória prévia para que boas empresas possam vir para cá”, afirmou o docente.
O desenvolvimento de Bragança passaria assim, segundo o orador, pela aquisição das melhores comunicações, quer físicas, quer digitais, uma vez que, actualmente, “a localização física não é assim tão importante, se estivermos servidos com óptimas acessibilidade digitais”, assegura.
Emídio Gomes falou, ainda, da necessidade de demonstrar que esta região possui entidades e pessoas com visão do futuro e que, por isso, “devem aspirar a ser centros de riqueza com actividade produtiva localizada”.