Investimentos no viveiro do Baceiro

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Ter, 14/03/2006 - 14:59


Cerca de 370 mil euros é quanto vai custar a intervenção, iniciada há duas semanas, na truticultura do Baceiro, na estrada nacional 103, que liga Bragança a Vinhais. Construída em 1978, a estrutura já estava desactualizada e necessitava de arranjos.

Sendo um investimento avultado, restavam duas hipóteses à Direcção Geral de Recursos Florestais (DGRF): ou desactivar o empreendimento, ou reconvertê-lo. A entidade optou por avançar com a sua candidatura ao programa Maris, financiado pela Comunidade Europeia, e transformar o viveiro numa produção agrícola. A principal diferença, segundo a chefe de divisão do Núcleo Florestal do Nordeste (NFN), Graça Barreira, reside naquilo que se produz. “Antes eram trutas para consumo e alevins para repovoamentos. Após esta transformação vamos gerar, apenas, alevins para repovoamento dos rios”, esclareceu a responsável.
A gestão vai ficar a cargo do NFN que pretende, ainda, criar uma sala de interpretação ambiental, com expositores e material didáctico. O objectivo, segundo Graça Barreira, é simples. “Visamos sensibilizar as crianças e os jovens para esta questão”, afirmou.
Sendo a única estrutura do género existente no distrito de Bragança, a chefe de divisão do NFN afirma que esta unidade possui características muito particulares. “ A sua localização é privilegiada e o facto de se situar no rio Baceiro assegura óptimas condições para termos avançado com a sua recuperação”, garantiu a responsável.
As próprias habitações, próximas da unidade, vão beneficiar da sua recuperação. “A truticultura dá vida ao local”, assegurou Graça Barreira. Sendo assim, a população vizinha também se mostra satisfeita com as obras de reabilitação.

Prado Novo ainda por recuperar

Desactualizada e, ainda, por recuperar encontra-se, também, a truticultura de Prado Novo, freguesia de França, no concelho de Bragança. A DGRF ainda não avançou com o projecto porque, segundo Graça Barreira, “na altura só podíamos meter uma candidatura”. Contudo, o facto de terem optado pela unidade do Baceiro não significa que a de Prado Novo vá cair no esquecimento. Na óptica da responsável, “para a DGRF, a estrutura do Baceiro é mais que suficiente, mas não queríamos deixar perder a de Prado Novo”. Isto porque, “é um local emblemático, com muita história e uma carga emocional por detrás dele”, salientou Graça Barreira.
Com o objectivo de resolver o problema da unidade de Prado Novo, foi celebrado um protocolo com a Escola Superior Agrária, de Bragança, que, “nunca saiu do papel”, lamenta a responsável.
Entretanto, foram estabelecidos diversos contactos e uma das hipóteses mais viáveis passa pela criação de um parque de pesca. Se o projecto se concretizar, qualquer pessoa poderá frequentar o local e aprender a pescar, a distinguir a espécie e qual o melhor tratamento a dar ao peixe. Esta proposta, bem como qualquer outra que salve e dinamize a truticultura de Prado Novo está dependente da obtenção de fundos comunitários, dado o elevado valor do investimento em causa.