Inglês para todos

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Ter, 13/12/2005 - 14:40


O ensino de inglês aos mais novos encontra-se na ordem do dia. Na passada sexta-feira, o Auditório Paulo Quintela foi palco do seminário “O ensino da língua inglesa no 1º Ciclo do Ensino Básico (CEB) ”, promovido pela Associação Nacional de Professores – Secção de Bragança.

Cristina Vaz, docente na Escola Superior de Educação de Bragança (ESEB), abordou os problemas e vantagens relativamente ao tema, perante uma assistência de algumas dezenas de professores.
Um dos problemas levantados pelos docentes é a integração, na mesma turma, de crianças do 5º ano, que têm a nova língua desde o 1º CEB, e de alunos que nunca tiveram nenhum contacto com inglês.
Na óptica dos participantes do seminário, trata-se de diferentes níveis de conhecimento que vão originar dificuldades acrescidas para os professores. As turmas, como sublinha Cristina Vaz, vão ficar muito desiguais. “Se já é difícil prestar auxílio a todos, numa turma de 20 ou 30 alunos, imagine-se quando os graus de aprendizagem diferem”, avisou a oradora.
Para contornar este problema, a docente da ESEB defende o ensino do inglês desde tenra idade, já que as crianças conseguem aprender facilmente os conteúdos e podem conjugar as duas línguas na perfeição. Contudo, há pais que estão reticentes quanto ao estudo duma nova língua. “Alguns têm medo que seja muito cedo para isso, porque as crianças ainda estão numa fase em que não dominam a língua materna. Depois, também há a questão da distância a percorrer, se as escolas que frequentam não tiverem aulas inglês”, salienta a professora.

Ensinar a brincar

Dada a idade dos alunos do 1º CEB, Cristina Vaz foca a importância de se ensinar a nova língua a brincar, com recurso a canções, desenhos para colorir, entre outras actividades que despertem a curiosidade dos mais pequenos pelo inglês.
Quanto ao corpo docente vocacionado para o ensino desta língua, ainda há muitas questões por resolver, pois não existem docentes com formação específica e direccionada para dar aulas de inglês a crianças de oito e nove anos.
Espera-se que, até 2009, “com a uniformização do ensino, se defina quem está preparado para leccionar e que haja uma actualização dos conteúdos por parte do ministério”, salienta a docente.