Inglês falha nas aldeias de Vinhais

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Ter, 14/02/2006 - 15:55


Apesar do concelho de Vinhais ter sido pioneiro na introdução do inglês no 1º Ciclo do Ensino Básico, há crianças do meio rural que, neste ano lectivo, ainda não puderam aprender aquele idioma, obrigatório para os alunos do 3º e 4º anos.

A dispersão do concelho é o principal argumento usado pela Câmara Municipal de Vinhais (CMV) para justificar o atraso no arranque das aulas nas escolas das aldeias.
“No início do ano lectivo, quando o inglês começou a funcionar na vila, procurámos um professor para as aldeias, mas não conseguimos, devido ao facto do nosso concelho ser muito grande e disperso”, defendeu o vereador do pelouro da Educação da CMV, Roberto Afonso.
Para que as 150 escolas do concelho sejam abrangidas pelo inglês, a CMV já delineou seis pólos escolares no Mundo Rural, para concentrar os alunos das aldeias. Assim, Rebordelo, Espinhoso, Vilar de Lomba, Paçó, Tuizelo e Penhas Juntas são os núcleos onde vai funcionar o ensino do inglês nas próximas semanas.
O facto do ensino do inglês ser uma actividade extra-curricular, que só pode ser leccionada a partir da 15 horas, obrigou a autarquia a fazer um esforço financeiro bastante elevado, uma vez que há alunos que terão que ser deslocados mais de 20 quilómetros.

Verbas insuficientes

Segundo Roberto Afonso, dentro de duas semanas todas as crianças do 3º e 4º anos do concelho vão poder assistir às aulas de inglês. Contudo, os alunos da pré-primária e do 1º e 2º anos do primeiro ciclo que tiveram esta disciplina em anos anteriores não vão poder repetir a experiência, pois a autarquia alega falta de recursos financeiros para suportar as despesas desta componente extra-curricular.
As verbas que o Ministério da Educação entrega às autarquias para promover o ensino do inglês é considerada insuficiente pela maior parte dos municípios, que garantem que 100 euros por cada aluno fica aquém dos gastos reais, sobretudo quando se trata duma criança deslocada.