Imigrantes em festa

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Ter, 17/01/2006 - 15:47


A Câmara Municipal de Bragança (CMB) organizou, pelo segundo ano consecutivo, o Encontro da Comunidade Imigrante, que decorreu no passado sábado.

A iniciativa contou com um jantar, que teve lugar no Mercado Municipal de Bragança, seguindo-se o Cantares dos Reis, no Teatro Municipal, organizado pelo Lions Club.
Segundo o presidente da CMB, Jorge Nunes, a encontro visa “reforçar a aproximação dos cidadãos estrangeiros com a cultura e costumes regionais”.
Este ano, porém, a afluência dos imigrantes foi bastante inferior à do primeiro encontro, que contou com a presença de cerca de 120 pessoas. “Houve dificuldades em contactar toda a gente e é natural que o número seja inferior”, justificou o edil.
Mesmo assim, o encontro é para continuar, pois “aproxima os imigrantes das instituições, dando-lhes a oportunidade de serem ouvidos, de colocarem os seus problemas e de conhecerem os mecanismos de apoio que têm à disposição”, alega Jorge Nunes.

Benefícios económicos

Recorde-se que, se há imigrantes que vêm para Portugal para trabalhar, juntar algum dinheiro e regressar às suas terras de origem, há outros que trazem a sua família e começam a criar raízes e laços na região. São estes que contribuem para combater a desertificação galopante e para o aumento da taxa de natalidade.
Por isso, Jorge Nunes defende que a vinda de cidadãos estrangeiros para o concelho tem reflexos nas actividades económicas, que ficam valorizadas com a integração de mão-de-obra imigrante nos seus quadros. Isto porque, segundo o autarca, “executam tarefas com qualidade e com prontidão, o que só traz benefícios para as entidades empregadoras”.
De um modo geral, os cidadãos estrangeiros possuem elevadas qualificações e como, normalmente, se encontram na região para adquirirem algum conforto financeiro, estão mais dispostos a fazer sacrifícios e a desempenharem tarefas com todo o empenho.

Mão-de-obra qualificada

O edil descarta a hipótese da taxa de desemprego no concelho aumentar, devido à ocupação de postos de trabalho por parte dos imigrantes. “Existem determinadas actividades que as pessoas de cá não querem executar e, caso essas funções não fossem desempenhadas pelos cidadãos estrangeiros, as empresas ficariam em dificuldades”, realçou Jorge Nunes.
Paulo, imigrante proveniente da Moldávia, encontra-se em Bragança há cerca de três anos e afirma que a adaptação tem sido bastante fácil. “Talvez porque as pessoas também ajudam e nós, estrangeiros, damos apoio uns aos outros”, diz.
Entre os maiores entraves à fixação e vinda de mais imigrantes para o concelho encontra-se a legalização, a distância da família e da terra e as dificuldades colocadas por alguns patrões. Para contornar alguns obstáculos, “a Câmara de Bragança tem estado sempre do nosso lado e ajuda-nos em tudo que pode”, assevera o moldavo.