Idosos em lista de espera

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Ter, 23/05/2006 - 14:55


No distrito de Bragança há concelhos que apresentam muitas carências ao nível dos equipamentos sociais. No concelho de Vinhais a taxa de cobertura dos equipamentos para a população idosa é de 10,5 por cento, enquanto em Macedo de Cavaleiros se situa nos 10,6 por cento.

Para tentar superar estas falhas, foi apresentado, na passada terça-feira, o Programa de Alargamento da Rede de Equipamentos Sociais (PARES), criado pelo Governo para reforçar a rede social em todo o País.
As verbas que vão ser transferidas para as Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS), no âmbito do PARES, são provenientes do Euromilhões. Desta forma, os lucros do jogo vão ser aplicados no alargamento da rede de equipamentos sociais, não só para idosos, mas também para crianças e pessoas portadoras de deficiência.
A directora da Segurança Social de Bragança, Teresa Barreira, salienta que este programa surge devido às carências verificadas nesta área, uma vez que há projectos para a construção de novos equipamentos que aguardam aprovação há mais de três anos.
Só no distrito de Bragança existem 20 projectos à espera de financiamento por parte da Administração Central que, agora, poderão ser aprovados no âmbito do PARES.
No entanto, alguns representantes das IPSS`s olham com desconfiança para esta medida do Governo, questionando as capacidades das instituições para conseguirem suportar as despesas do funcionamento dos equipamentos.

Instituições reticentes

Para o provedor da Santa Casa da Misericórdia de Bragança, Eleutério Alves, não se trata de um programa social, mas sim de programa para investimentos em equipamentos na área social, uma vez que o Estado vai apoiar, apenas, a construção de infra-estruturas.
Na óptica do responsável, Os acordos de cooperação são fundamentais para que os equipamentos possam funcionar, contrariando a existência de vagas em aberto por falta de financiamento.
“Com as vagas que há neste momento, sem acordos de cooperação aumentávamos em cerca de 15 por cento a resposta social no distrito “, acrescentou Eleutério Alves.
A directora da Segurança Social de Bragança afirma que não tem conhecimento destes números, acrescentando que o Governo não vai criar “elefantes brancos”.
“Eu não acredito que as instituições e os idosos fiquem sem apoio, admito é que o Governo vai impor, cada vez mais, uma lógica de solidariedade familiar, responsabilizando as famílias”, acrescentou Teresa Barreira.
Relativamente ao prazo reduzido para a apresentação dos projectos (10 dias), a responsável afirma que, para o ano, vão abrir novas candidaturas no âmbito do Programa PARES.