Ter, 06/06/2006 - 15:31
Esta foi uma das problemáticas abordadas nas comemorações do Dia da Santa Casa da Misericórdia de Bragança (SCMB), que decorreram na passada quarta-feira, onde estiveram em foco os principais problemas que afectam a terceira idade.
Segundo a vice-provedora da SCMB, Maria Augusta Genésio, há muitos idosos no lar da Santa da Casa que, desde que entraram para a instituição, nunca receberam a visita de familiares.
Na óptica da responsável, o número de idosos colocados nos lares é cada vez maior. Por um lado, porque as famílias estão cada vez mais ocupadas e, por outro, porque dão muito trabalho, tornando-se num “fardo” para os familiares.
Neste momento, a SCMB acolhe cerca de 200 utentes, não tendo capacidade de resposta para as solicitações diárias que acabam por ficar em lista de espera.
Segundo Maria Augusta Genésia, a lista da Santa Casa conta com mais de 300 nomes, que aguardam uma vaga no lar da instituição.
Cuidados Continuados são urgentes
A desertificação do Mundo Rural e a solidão que afecta os idosos são, igualmente, obstáculos que se colocam ao dia-a-dia de quem já não tem forças para ultrapassar as dificuldades que surgem com o passar dos anos.
Por isso, a SCMB presta apoio domiciliário a cerca de 90 idosos das aldeias limítrofes da cidade de Bragança.
“Nós gostaríamos de chegar a um maior número de idosos, mas não temos meios para cobrir mais aldeias”, acrescentou a responsável.
Para poder dar resposta a um maior número de pedidos, a instituição precisa de criar novas infra-estruturas, nomeadamente a construção de um lar.
Além disso, a SCMB também já apresentou uma petição ao governador civil de Bragança. No documento, a instituição expôs os seus principais problemas e apresentou uma proposta de negociação com o Governo, para ficar com as instalações do Centro de Educação Especial de Bragança.
“Ainda ontem recebi um telefonema de um casal idoso, em que ela tem 83 anos e está acamada, e o marido tem 89 e vivem sozinhos. É uma situação complicada, mas nós não temos capacidade para dar resposta a mais casos”, lamentou Maria Augusta Genésio.
Na óptica do governador civil de Bragança, Jorge Gomes, é urgente avançar com a rede de Cuidados Continuados no distrito de Bragança, visto que vai dar resposta aos doentes acamados, libertando mais vagas nos lares.