Hotel- Termas de Alfaião

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Ter, 07/11/2006 - 10:51


Das Termas de Alfaião, a apenas 6 km de Bragança, ficaram as memórias das pessoas que utilizavam as suas águas sulfurosas para a cura do reumatismo, dos problemas relacionados com os ossos e com a pele.

Sabe-se que eram muito procuradas por parte dos nossos vizinhos espanhóis e que davam muita vida à aldeia apesar de funcionarem apenas durante os três meses de Verão.
Estão desactivadas há mais de quarenta anos, e o que poderia e deveria ser uma mais valia para a região não traz benefício nenhum. É caso para dizer que como tudo neste país interior (o litoral está bem e recomenda-se), as valências existentes não são valorizadas e aproveitadas e as que são da inteira competência do poder central são metidas na gaveta do esquecimento (veja-se as acessibilidades, entre muitas outras carências).
Felizmente regressa a moda das termas, com uma abrangência muito maior a nível dos tratamentos. Hoje oferecem muito mais do que tratamentos de saúde. Vai-se às termas para tratar do corpo e da mente. Não nos podemos esquecer da componente da beleza, cada vez mais cultivada e do conforto, cada vez mais sofisticado. Hoje integram o que de melhor se pode encontrar nos espaços termais e nos SPA’s.
E então perguntamos: - Não se poderiam reactivar as Termas de Alfaião?
Sim. Julgo ser de toda a conveniência que isso aconteça.
Embora apenas existam vestígios das antigas instalações, as águas estão lá e isso é o mais importante. As novas estruturas serão construídas e orientadas de maneira a responder as todas as necessidades.
Um hotel com cem quartos que sempre se poderia ampliar se fosse caso disso e todas as infra estruturas necessárias aos tratamentos termais e de beleza, com uma aposta forte na qualidade e no conforto, oferecendo ainda as belezas naturais desta região e espaços de lazer, como por exemplo um campo de golfe com dezoito buracos, piscinas, campos de jogos…
Uma estrutura com este grau de qualidade atrairia, com certeza, muitos turistas espanhóis e portugueses. Mas não seriam apenas esses os que procurariam este espaço. Muitos ingleses, alemães e outros europeus procuram aquilo que nós temos para oferecer: a tranquilidade, o sossego, a naturalidade, a simpatia destas gentes ainda tão genuínas.
Temos, ainda para oferecer o nosso castelo e toda a zona envolvente, os nossos museus e todas as valências culturais aqui existentes.
Seria o ideal sem dúvida se pensarmos que temos de ser nós, filhos da terra, a pugnar pelo desenvolvimento da mesma. Gerar riqueza está nas nossas mãos, já que abandonados ao nosso destino de interioridade por quem deveria ter uma ideia global para este pequeno país, estamos a caminhar a passos largos para nos transformarmos nos pobres dos mais pobres, em aldeias e vilas desertas de pessoas, em população envelhecida à espera do fim.
Serão projectos como este que podem fazer a diferença. Está nas nossas mãos concretizá-los e a iniciativa dos empresários particulares é de fundamental importância para o desenvolvimento de toda esta região.

Marcolino Cepeda