Hospitais sem medicamentos para combater Gripe das Aves

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Qua, 02/11/2005 - 14:24


O Hospital Distrital de Mirandela (HDM) não reúne as condições necessárias para tratar um eventual caso de gripe das aves, clinicamente designada H5N1.

Esta é a convicção do director clínico daquela unidade hospitalar, Américo Magalhães, dado que no caso de contaminação pelo vírus H5N1, o doente tem que ser tratado num centro especializado de isolamento.
Acresce que nenhum dos hospitais do distrito de Bragança recebeu qualquer remessa de medicamentos específicos para o tratamento da gripe das aves, pelo que a única arma disponível são os anti-virais comuns.
Ao que foi possível apurar, os fármacos específicos só serão disponibilizados aos hospitais se for detectado um caso de gripe das aves.
Sendo assim, Américo Magalhães revela que, naquela unidade hospitalar, não está a ser tomada nenhuma atitude especial para com os doentes que apresentem sintomas gripais, uma vez que a Direcção Geral de Saúde ainda não deu orientações nesse sentido.
Já o director clínico do Hospital Distrital de Bragança (HDB), Sampaio da Veiga, afiança que aquela unidade hospitalar tem “um plano de emergência devidamente actualizado, que será activado em caso de epidemia”.

Aves devem estar fechadas

À falta de medicamentos específicos, as unidades de saúde estão a apostar na prevenção, uma vez que não dispõem de qualquer tipo de tratamento para esta doença.
No HDB, por exemplo, estão a ser efectuadas colheitas a todos os doentes que se dirigem à urgência com sintomas gripais.
As colheitas efectuadas são, posteriormente, enviadas para o Instituto Ricardo Jorge, para serem analisadas. Contudo, só depois de conhecido o resultado das análises é que o doente pode ser tratado. Ou seja, em caso de contaminação pelo vírus H5N1, o isolamento é o primeiro passo efectuado pelos profissionais de saúde.
Até à data, não existe nenhum caso suspeito de gripe das aves no distrito de Bragança, mas a Direcção Regional de Agricultura de Trás-os-Montes recomenda que as aves sejam mantidas dentro das capoeiras, para impedir o contacto de aves domésticas com aves selvagens.
Ao que o Jornal NORDESTE apurou, nas feiras do Nordeste Transmontano a proibição da venda de aves também está a ser cumprida, como forma de prevenção.