Homens à porta

Tratou-se de um jantar que, este ano, reuniu 220 participantes e onde só entram as aquelas que estejam, de alguma forma, ligadas a Sendim. “Desde que tenham algo em comum com a localidade já podem estar presentes na nossa festa”, referiu uma das organizadoras do evento, Orquídea Xavier.
Realizado em Sendim, este evento partiu da ideia de um pequeno grupo de amigas que, após terem combinado um jantar, entre si, decidiram alargá-lo a todas as mulheres que desejassem estar presentes na iniciativa. O objectivo era que as participantes se reunissem e convivessem, numa noite animada, mas longe de olhares masculinos.
No primeiro ano que foi organizado, o evento reuniu cerca de 160 pessoas, um número que Orquídea Xavier viu, com satisfação, aumentar para as duas centenas. “Ficámos muito contentes e não tivemos mais porque o período é de férias, mas para o próximo ano esperamos mais senhoras”, revelou a organizadora.

Servidas por homens

Com idades compreendidas entre os 14 e os 84 anos, as participantes foram servidas por homens, durante o jantar e a animação também esteve a cargo de dois jovens. “Nessa noite, não queremos que nenhuma mulher trabalhe”, evidenciou a responsável.
Após a refeição, foram organizadas algumas brincadeiras e actividades, como karaoke, danças, anedotas, concursos e foram distribuídas prendas simbólicas, entre outras, com o intuito de animar as participantes.
Esta noite especial culminou com a ida de uma centena de mulheres à discoteca, iniciativa que, para muitas das presentes, constituiu uma novidade, uma vez que são oriundas de meios muito pequenos e conservadores. “Foi óptimo ver que algumas mulheres que não dançavam, começaram a animar e se divertiram durante toda a noite”, revelou Orquídea Xavier.
Assim, o mote desta reunião foi, essencialmente, o convívio e animação. “O que nos move é a espontaneidade destes encontros”, sublinhou a organizadora.

Alvo de críticas

Se, na primeira edição, esta iniciativa foi criticada por alguns homens e, até mesmo, mulheres, este ano, o jantar foi encarado com outra disposição por parte dos participantes e seus familiares. “Em 2005, algumas pessoas criticaram a festa porque não estavam habituados a tal evento”, referiu a responsável.
Contudo, este ano, essa situação não se verificou e, muitos dos que reprovavam este jantar, foram os primeiros a querer participar ou a incentivar as mulheres a estarem presentes nessa noite especial.
Para o ano, as organizadoras esperam que o número de participantes aumente e, para isso, contam com a publicidade dada ao evento. “Damos a conhecer o jantar de boca em boca, através de cartazes e pela Internet”, informou Orquídea Xavier.