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Hemodiálise gera descontentamento

Ter, 05/12/2006 - 15:01


Um grupo de 80 doentes hemodialisados, oriundos de diversos pontos do distrito de Bragança, mostram-se descontentes com a forma como são transportados para as consultas extra – diálise, efectuadas em Unidades de Saúde do Porto e de Coimbra.

Os utentes já fizeram chegar um abaixo-assinado à Sub-Região de Saúde de Bragança, onde dizem que o transporte deveria ser feito de táxi e não de ambulância. Estas pessoas, que aguardam um transplante renal, consideram que o actual meio de transporte “não tem dignidade”, acrescentando que os doentes que não estão acamados não precisam de se deslocar de ambulância.
No documento, os queixosos também fazem saber que, em viagens longas, como é caso, “não podem ir fechados num espaço exíguo, sem contacto com o mundo exterior”.
Estas pessoas justificam estas críticas com o facto de “se consideram pessoas válidas para a sociedade, independentemente do sofrimento e desgaste físico e psicológico provocados pela doença.”
Os hemodialisados garantem que não querem “privilégios”, mas um meio de transporte como até aqui, ou seja, de táxi.
“Há pessoas com idade, algumas mesmo analfabetas, que precisam de alguém de confiança que os ajude a tratar da burocracia hospitalar”, dizem os autores do abaixo – assinado, acrescentando que no táxi podem viajar pessoas do mesmo concelho, o que fica mais barato ao Estado.

Utentes garantem que vão levar o caso ao Ministério da Saúde, caso a Sub-Região de Saúde de Bragança se mantenha inflexível

Os doentes em causa fazem tratamento no Centro de Diálise de Mirandela, garantindo que são os únicos do País que não são transportados de táxi para as consultas que antecedem o transplante renal.
O NORDESTE teve conhecimento, através de documentos enviados à Sub-Região de Saúde de Bragança, que já houve casos de rejeição do transporte em ambulâncias.
Confrontada com esta situação, a coordenadora da Sub-Região de Saúde de Bragança, Berta Nunes, garantiu que a lei está a ser cumprida, e que, muitas vezes, as consultas extra-diálise são marcadas sem conhecimento dos Centros de Saúde, onde há meios para fazer estes exames e evitar longas deslocações.
“ O transporte para a hemodiálise é uma situação diferente dos transportes utilizados para as consultas extra-diálise, já que, neste caso, segue os mesmos princípios de doentes com patologias diferentes, que são transportados de ambulância. É uma forma de rentabilizar o transporte de doentes, com menos encargos para o Estado,” avançou a responsável.
No entanto, os doentes em causa, já fizeram saber que, caso a Sub-Região de Saúde de Bragança continue a mostrar-se inflexível, vão levar o caso ao Ministério da Saúde.