Guerra ao consumo excessivo de álcool

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Ter, 09/01/2007 - 09:59


“Quantos copos de vinho bebe por semana?” Eis uma das perguntas que lhe poderá ser feita na próxima vez que visitar o seu médico de família.

Tudo porque, ainda este ano, os doze Centros de Saúde do distrito de Bragança vão pôr em prática um programa de rastreio e combate aos problemas de alcoolismo, que atingem 14, 5 por cento da população do Nordeste Transmontano.
Para inverter a situação, a Sub-Região de Saúde de Bragança (SRSB) celebrou, na passada quinta-feira, um protocolo com o Centro Regional de Alcoologia do Norte (CRAN), que visa formar os profissionais do sector no âmbito do programa de prevenção da doença.
Uma das faces mais visíveis deste conjunto de medidas chama-se “AUDIT”, um questionário que, no decorrer duma consulta de rotina, o médico entregará ao utente para avaliar o seu consumo de álcool e respectivo grau de dependência desta substância.
“Num dia normal, quantos copos de bebida alcoólica bebe habitualmente?”, “Com que frequência bebe 6 ou mais copos de um bebida alcoólica numa única ocasião?” ou “Durante o último ano, quantos vezes não conseguiu fazer um coisa a que se tinha comprometido, devido às bebidas alcoólicas?” são algumas das questões contempladas no método AUDIT.

A ideia não é proibir, mas aconselhar um consumo moderado, tais como três a cinco copos de vinho por semana.

Consoante os resultados obtidos, o utente poderá ser aconselhado a reduzir os hábitos de consumo ou ser encaminhado para um programa de tratamento, de modo a evitar o aumento do grau de dependência do álcool.
A prevenção, aliás, é a principal linha de acção das medidas que se avizinham. “Queremos detectar precocemente as pessoas com consumos de risco. Esta área tem sido pouco trabalhada ao nível dos cuidados primários, mas agora vai fazer parte das consultas de rotina dos Centros de Saúde”, explicou a coordenadora da SRSB, Berta Nunes.
Mas, não se pense que os médicos vão dizer aos utentes para não beberem. A ideia, na realidade, não é proibir, mas aconselhar um consumo moderado e sem prejuízos para a saúde, tais como três a cinco copos de vinho por semana.
Recorde-se que o consumo excessivo de álcool é, actualmente, a segunda maior causa de morte evitável, logo a seguir ao tabaco.
Cirroses hepáticas, doenças cardiovasculares e cancros são algumas das doenças que podem ser evitadas se os portugueses diminuírem a ingestão de bebidas alcoólicas. Isto a par de homicídios, suicídios e fenómenos de violência doméstica.