Ter, 03/01/2006 - 15:23
Esta proposta musical é, antes de mais, o seguimento do trabalho elaborado pelo grupo ao longo de quatro anos, que, ao mesmo tempo, reflecte a evolução que a banda alcançou neste período de tempo.
Ao todo são treze as músicas que integram o novo trabalho do colectivo. Foram recolhidas um pouco por toda a Terra de Miranda, fazendo parte do vasto cancioneiro popular da região do planalto mirandês.
Segundo Paulo Meirinhos, um dos elementos dos Galandum Galandaina, este trabalho foi elaborado "pela vontade de fazer e dar a conhecer a música mirandesa que foi deixada pelos nossos antepassados, já que cada vez mais as novas gerações se interessam pelas músicas e instrumentos de outros tempos, como é o caso da gaita de foles ou das danças de terreiro".
Ao longo dos anos, os Galandum Galandaina têm experimentado coisas novas em termos musicais. Por esse motivo, o novo disco da banda conta com a participação de músicos internacionais, como é o caso do castelhano Paco Díez de Malcom Mcmillan, um gaiteiro oriundo da Escócia, que conhece bem o reportório mirandês e que o executa com a sua típica gaita escocesa.
Músicos do mundo
Neste trabalho, coabitam também instrumentos distintos como as gaitas de foles, as precursões e a sanfona, instrumento que, na opinião dos músicos, não está muito distante da tradição mirandesa, já que foi muito utilizado em Portugal até ao século XIX. "Vem trazer novas melodias às músicas tradicionais, principalmente às vocais", explicou Paulo Meirinhos.
Este segundo trabalho produzido pelos Galandum Galundaina é da sua inteira responsabilidade e "é movido pela vontade de alargar e divulgar o gosto e o prazer de ouvir música tradicional", salientou o músico.
Ao longo dos anos, o grupo envolveu-se em várias experiências únicas, nos mais diversos ambientes musicais e um pouco por todo o mundo, o que confere à formação um carácter mais abrangente na chamada música do mundo.Os Galandum Galundaina têm levado toda a tradição mirandesa a vários pontos do mundo, como México, Brasil, Espanha, França, bem como a todo o país.
Os elementos do grupo nasceram e cresceram em Terras de Miranda (Fonte de Aldeia e Sendim), onde adquiriram conhecimentos directos da música que interpretam através do ambiente familiar, do convívio com os “velhos” gaiteiros e da consulta de antigas gravações sonoras.
Os instrumentos utilizados são réplicas de outros instrumentos musicais mais antigos, mas mantêm o mesmo aspecto e sonoridade.