Freixo à espera dos apoios

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Ter, 31/10/2006 - 15:04


As vítimas da enxurrada de Setembro passado que varreu a zona da Fonte Seca, em Freixo de Espada à Cinta, estão preocupadas com os “poucos apoios” até agora anunciados para a reconstrução e reposição dos bens que se perderam.

As críticas já começaram a surgir, na sequência dos anúncios do governador civil de Bragança para auxiliar seis famílias afectadas e carenciadas, num universo de 21 casos identificados pela Segurança Social.
“O pouco que vai ser atribuído pela Segurança Social devia ser mais repartido. Estou a pagar o recheio da minha casa que foi destruído e não tenho nada a agradecer ao Governo, porque ainda não vi ajuda nenhuma”, lamentou Hirondina Monteiro, uma das pessoas afectadas, acrescentando que as técnicas da Segurança Social “nem por aqui passaram”.
Este foi um dos estados de espírito encontrado pela comissão directiva da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), que na passada terça-feira visitou as zonas da vila mais assoladas pela intempérie.

ANMP analisou Lei das Finanças Locais, tratamento de resíduos sólidos urbanos e reorganização da Rede Nacional de Urgências.

Após a ronda, a ANMP decidiu reclamar do Governo a criação a criação de duas linhas de crédito bonificado para minorar os estragos nas habitações.
Segundo o presidente da ANMP, Fernando Ruas, a reunião em Freixo de Espada à Cinta “serviu para a ampliar a voz do autarca e colega José Santos, de modo a abrir portas para que a situação seja resolvida”.
Antecipando-se às medidas do Governo, autarca local reivindica, para além das linhas de crédito, mais apoios do Governo, dado que o orçamento da autarquia é de seis milhões de euros anos e não chega para responder a todas as solicitações. “Há pessoas que viram os seus estabelecimentos comerciais e viaturas destruídas, mas ainda não têm garantias de apoio do Governo”, lamenta o edil.
Recorde-se que a enxurrada afectou 180 famílias, causando danos em 53 viaturas e 20 habitações. No total, os prejuízos rondam os quatro milhões de euros.
Na reunião de Freixo, a ANMP abordou, ainda, temas como a Lei das Finanças Locais, tratamento de resíduos sólidos urbanos e reorganização da Rede Nacional de Urgências.